Líderes sindicais angolanos advertem para greves em cadeia envolvendo empresas cujos problemas consideram transversais a outros sectores estratégicos da economia do país, para além da companhia aérea angolana, TAAG .
Ouvidos pela VOA, sindicalistas apontam o Governo como sendo o principal causador das greves por, supostamente, se “relacionar mal” com os trabalhadores e com os sindicatos.
Victor Aguiar, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Petrolífero de Angola e Afins (STOSPA), diz que a ENDIAMA, a principal empresa pública do sector dos diamantes, pode ser a próxima a ser afectada por greves.
“Há muitos problemas na ENDIAMA”, alerta Aguiar para quem “só falta mesmo uma união dos sindicatos para se decretar uma greve nacional”.
Por sua vez, o secretário-geral da Central, Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA) Francisco Jacinto afirma que as greves se devem ao facto de, supostamente, o Governo “não sabe dialogar com os trabalhadores e de olhar para o sindicalismo como uma actividade subversiva ”.
“Claramente, agindo desta maneira tínhamos que ter conflitos e se as entidades não pararem não vale a pena pensar que isso cessará”, sustentou.
A transportadora aérea angolana, TAAG, e o Sindicato de Pilotos acordaram suspender a greve na terça-feira, 11, após nova ronda de negociações.
Os pilotos da companhia de bandeira angolana estavam em greve desde a passada sexta-feira, 7, inicialmente por um período de 10 dias, em protesto pelo reajuste salarial e valorização profissional.
Em comunicado enviado às redações, a TAAG fez saber que já está a trabalhar para reprogramar os voos domésticos e internacionais, bem como a acomodação dos passageiros e admitiu que o processo pode demorar de 2 a 5 dias.
A companhia assegurou que vai continuar a operar de modo a acomodar o plano de viagem dos passageiros para além de contar com todos os seus pilotos e com as aeronaves alugadas, para fazer face ao plano de contingência da TAAG.
De acordo com a nota de imprensa , o serviço de call center e a rede de lojas TAAG irão contactar os passageiros e clientes, com orientações sobre os respectivos planos de voo.
O presidente do Sindicato dos Pilotos de Linha Aérea (SPLA), Miguel Prata, terá confirmado o acordo de princípio de suspensão da greve e garantido que as negociações, com a entidade empregadora, continuam com vista a solução do problema, de acordo com a imprensa pública angolana.
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