Organizações de promoção e defesa dos direitos humanos de Angola manifestaram-se céticas quanto a declarações do novo ministro da Justiça de intensificar o respeito pelos direitos humanos e cooperar com organizações da sociedade civil para esse efeito.
O novo ministro Marcy Lopes disse que “a estado angolano está comprometido com todas as convenções internacionais relacionadas à preservação e segurança dos direitos humanos, os direitos fundamentais dos cidadãos”.
“Esta tarefa é permanente, é contínua e temos que dar cumprimento a esses compromissos, obviamente que numa relação de grande proximidade com os actores da sociedade mais ligados a essa área e desse modo assegurar que os direitos fundamentais sejam cumpridos, sejam observados e Angola possa subir nos índices que dizem respeito a esses direitos”, acrescentou.
O presidente da Associação Mãos Livres Guilherme Neves disse que no que diz respeito à cooperação com a sociedade civil “espero que não seja um mero discurso mas que seja um valor acrescido naquilo que é a estratégia nacional de proteção dos direitos humanos”.
Neves disse que o “ ministério tem a responsabilidade de medir o grau de implementação de todas acções que concorrem para a protecção dos direitos humanos em Angola e daí há que chamar atenção a este ministério no sentido de ser mais aberto mas sobretudo olhar para aquelas que são questões mais práticas de promoção e divulgação daquilo que são os direitos humanos em Angola”.
Já o presidente da AJPD (Associação Justiça, Paz e Democracia Serra Bango disse que promessas idênticas tinham sido feitas no primeiro mandato do presidente João Lourenço mas “no entanto o que vimos ao longo do seu 1º consulado foi um cortejo de assassinatos de cidadãos que se manifestavam, que reivindicavam”.
“Nós não estamos muito entusiasmados com estas declarações e os factos depois vão nos dizer se nós estávamos certos. Vamos aguardar, ainda é cedo”, acrescentou.