A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola diz que foram credenciados mais de mil observadores nacionais e centenas internacionais que já estão no terreno com vista a acompanharem o dia da votação, amanhã, 24.
Algumas organizações angolanas não foram credenciadas embora, segundo elas, tenham cumprido todas as exigências da CNE, como é o caso da OMUNGA.
"Não sabemos que critérios foram usados para os observadore,s mas até hoje nós OMUNGA fomos excluídos", disse o director da organização, João Malavindele, para quem, pela quantidade de irregularidades até agora não sanadas, o pleito eleitoral vai ser duvidoso.
"É como se diz, a fraude nestas eleições foram praticamente legalizadas, quando não foram divulgados os cadernos eleitorais que a lei estipula, quando não haverá contagem de votos nos municípios, todas estas irregularidades que já existiram no passado, hoje foram legalizadas, por isso achamos que este processo é bastante duvidoso", afirmou.
A ADRA foi credenciada e vai começar o trabalho apenas no dia da votação, em cinco províncias, Luanda, Malanje, Benguela, Huambo e Huíla.
"Por imperativo legal, conseguimos ter apenas três observadores para alguns municípios destas cinco províncias no âmbito da observação eleitoral, estamos a tentar articular com outras organizações para garantir uma observação, não a
esperada porque no actual contexto não é possível estarmos em todo lado e em todas as assembleias de voto, vamos tentar o máximo para que tenhamos dados tanto para a CNE como para a sociedade", afirmou a responsável Cecilia Kitombe.
Outra organização nacional que também vai observar as eleições é o Closca, um conselho que congrega cerca de 100 associações.
"Estamos na observação eleitoral antes, durante e depois do pleito, e no final apresentaremos um relatório sobre os acontecimentos destas eleições de 24 de Agosto”, explica o responsável Miguel Kilundo.
De fora também chegaram observadores os que foram convidados pelo Presidente da República, Assembleia Nacional, Tribunal Constitucional, partidos políticos e Comissão Nacional Eleitoral.
José Carlos Barreiras, porta-voz da missão de observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, explicou que “já tivemos uma série de encontros com várias instituições afins e obtivemos informações concretas sobre a
boa organização, tudo está preparado para que não haja sobressaltos, problemas de violência, o nosso objectivo é mesmo ver se tudo corre bem".
No início da noite desta terça-feira, 23, o presidente da CNE, em mensagem ao país, apelou ao voto dos angolanos nas eleições gerais, numa "postura cívica, ordeira e responsável, compatível com o ambiente de festa que caracteriza as eleições, abstendo-se de quaisquer comportamentos suscetíveis de perturbar a ordem e a tranquilidade pública".