Angola não tem capacidade para aplicar o Imposto do Valor Acrescentado, IVA, que poderá também não ser uma solução adequada para os problemas fiscais do país, disseram membros da oposição e economistas.
O IVA deveria entrar em vigor a partir de 1 de Julho mas isso foi adiado para Outubro.
O Grupo Técnico Empresarial (GTE) e o governo tiveram opiniões diferentes sobre a entrada em vigor do mesmo com o GTE a defender a data de 1 de Janeiro de 2020.
Raúl Danda vice-presidente da UNITA disse que o diferendo parece indicar que “alguém ouviu e gostou do nome e quer implementar o IVA em Angola, sem saber se estamos
prontos para tal”.
Danda disse que é irrealistas pensar-se em aplicar o IVA quando “nem se quer estamos preparados em instituições, formação técnica para o IVA”.
“Estamos a correr para quê?" interrogou.
O economista e deputado pela CASA-CE Manuel Fernandes disse por seu turno que o governo não possui sequer “alguns pressupostos básicos para a sua implementação …. como empresas com um sistema contabilístico bem organizado, sistema informático à altura e com energia electrica em condições”.
“Se o estado tem pressa de ir ao bolso do cidadão então tem que fazer bem as coisas para o seu sucesso”, acrescentou.
Por seu turno o empresário José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola afirmou que antes de se aplicar o IVA é preciso“acautelar uma serie de pressupostos, para que o IVA não venha a agravar ainda mais a vida do cidadão”.
"O sistema é muito complicado, para se entrar tem que se investir em informática etc
sistema contabilístico, isto não pode ser assim como se quer”, afirmou fazendo notar decisões que se têm que tomar em relação á aplicação do impostos em sectores de saúde, educação , importação de matérias primas que actualmente estão isentas de impostos e outros.
O economista Precioso Domingos entende que Angolanem daqui a três anos estará pronta para receber o IVA.
"Angola não esta preparado para implementação do IVA, nem mesmo em 2020, nem em 2021e não precisamos ter pressa,” afirmou, acrescentando que o seu receio é que o imposto sirva para causar uma maior regressão.