Vários cidadãos que pretendiam ingressar no Estado por via de concursos públicos em 2015 na Huíla vêm este sonho esfumar-se com o anúncio por parte do Govero do cancelamento dos mesmos devido à baixa do preço do petróleo no mercado internacional.
Mesmo os cidadãos admitidos em 2014 só deverão ser efectivados em 2016 caso houver um ambiente económico favorável.
Mário é um jovem residente no Lubango que em 2014 por via de concurso público acabou admitido na vizinha província do Namibe como técnico licenciado no sector da educação. A notícia da não-efectivação em 2015 obrigou-o adiar de um sonho.
“É triste para nós porque nessa altura temos que remeter os planos, os sonhos e projectos que tivemos para este ano para 2016 caso isso venha a se efectivar”, disse.
As medidas do Governo incluem também o cancelamento de promoções em todos os sectores.
O economista Ndenga Mfumuansuka discorda que a medida passe pelo congelamento de mais inserção de pessoas no sector público, pois segundo ele, a depender do petróleo, essa situação poderia se arrastar por muitos anos.
Para o também docente universitário, a solução passa irremediavelmente por uma aposta séria na diversificação da economia e na revisão da política salarial no sector público, sobretudo nos cargos de topo.
“Temos que encontrar para este tipo de situações uma saída idónea que é desenvolver a indústria local, dar prioridade à agricultura, caso contrário todas as medidas vão desfavorecer a maioria e favorecer uma minoria”, considerou o economista para quem é preciso também acabar com irregularidades na função publica.
“Um funcionário público não pode receber duas vezes ou duplicar e triplicar salário”, disse acrescentando que é preciso rever o problema salarial, quem ganha o quê, quanto ganha e por quê e onde trabalha, qual é o seu contributo”, sublinhou.
Importa dizer que dados oficiais indicam que o Estado é o maior empregador do país com cerca de 300 mil funcionários públicos.