As mulheres angolanas ainda não gozam de um “um espaço favorável,” disse a directora executiva da Acção Angolana para a Mulher, Odete Fernandes.
Entre outras acções, a organização não-governamental combate a violência contra a mulher e implementa programas de educação sexual, que incluem a prevenção da transmissão de HIV.
Fernandes disse que apesar de muitas mulheres terem acesso à educação, o mercado de emprego “é muito difícil”.
Mulheres com cursos universitários “não encontram um espaço ou oportunidades para poderem exercer a sua actividade profissional,” disse.
Para Fernandes, isso deve-se não só à crise económica do país, mas também à discriminação que continua a existir contra a mulher.
Outra situação preocupante é a desigualdade nos salários. Fernandes fez notar que há casos em que as mulheres recebem menos que os seus colegas homens exercendo as mesmas funções.
No programa, vários ouvintes falaram sobre a aguda crise que se faz sentir no sistema de saúde do país, que inclui a questão das vácinas contra a febre-amarela, falta de medicamentos e equipamento básico e aumento de mortes.
Uma ouvinte no Namibe disse que pacientes têm mesmo que comprar a gasolina para ambulâncias.
Fernandes concordou com um ouvinte que sugeriu que o governo deveria pedir ajuda internacional para fazer face a esta crise.
Ela alertou contra rumores sobre a ineficácia das vacinas contra a febre-amarela; e apelou aos doentes em tratamento antiretroviral para não abandonarem, porque poderá ser fatal.
Interrogada sobre o problema das ”zungeiras” (mulheres que vendem produtos na rua) em Luanda, Fernandes disse que a resolução do problema passa por um encontro entre elas e representantes das autoridades.
Ela recordou que as vendedoras não têm outro meio de ganhar a vida, pelo que não faz sentido querer impedir a sua acitvidade.
Contudo, ela criticou as “zungueiras” por deixarem lixo nos locais onde vendem os seus produtos.