Links de Acesso

Angola: Mais mulheres e jovens nas listas de candidatos a deputados


A entrada de caras novas e a aposta no equilíbrio do género são a tónica dominante nas listas de candidatos a deputados dos dois principais partidos angolanos, o MPLA e a UNITA, com vista às eleições do dia 24.

Das listas candidatas de outras formações consultadas pela VOA, também são consideráveis as quotas atribuídas às mulheres e aos jovens embora muito aquém das cifras defendidas pela SADC.

Angola: Mais mulheres e jovens nas listas de candidatos a deputados - 3:00
please wait

No media source currently available

0:00 0:01:30 0:00

O analista social, André Augusto, defende a eleição do mesmo número de homens e mulheres no Parlamento, mas com capacidade para defender as franjas da população mais desfavorecida e com poucas oportunidades.

“Zungueiras e trabalhadores do sexo morrem na rua e são maltratadas mas as mulheres no Parlamento simplesmente mantêm-se caladas”, afirma André Augusto.

Visão diferente tem, entretanto, o jurista Pedro Capracata, para quem a aposta nos jovens e nas mulheres é um expediente que serve para os políticos se perpetuaram no poder”.

O MPLA elegeu três mulheres para o segundo, terceiro e quarto lugares da lista de deputados liderada pelo seu presidente, João Lourenço.

As listas

Esperança Maria Eduardo Francisco Da Costa e Carolina Cerqueira estão propostas para ocuparem os cargos de vice-Presidente da República, e presidente da Assembleia Nacional, enquanto Luísa Pedro Francisco Damião poderá ocupar o cargo de líder do grupo parlamentar do MPLA.

Quarenta e sete dos primeiros 100 candidatos são mulheres.

Apesar do apregoado “render da guardada” e a entrada de caras novas, o partido no poder manteve os deputados Bornito de Sousa, actual vice-Presidente da República, e Fernando da Piedade Dias dos Santos, presidente do Parlamento até ontem no quinto e sexto lugares da lista de deputados.

Os veteranos Roberto de Almeida, Rui Falcão, Pitra Neto, Álvaro de Boavida Neto e Pedro Mutinde voltam igualmente a fazer parte dos primeiros 100 candidatos a deputados.

Os generais Julião Mateus Paulo e Pedro Sebastião são os militares na reserva que também se mantêm no Parlamento, nos lugares elegíveis, estando consumada a saída dos generais António dos Santos França “Ndalu”, Paulo Cassoma e Francisco Magalhães Paiva Nvunda.

Djamila de Almeida, António Cipriano dos Santos, Joana Tomás, Esteves Hilário, Belarmino Van-Dúnem, figuram entre os jovens candidatos mais conhecidos do MPLA que entram para o Parlamento, com não muito acima de 35 anos .

A UNITA também apostou no equibrio do género com a indicação de 23 mulheres para os primeiros 100 lugares na lista de candidatos a deputados, encabeçada por Arlete Chimbinda, que ocupa o terceiro lugar.

O principal partido da oposição abriu igualmente a porta à “nova geração" e, na sequência, três figuras da chamada "velha guarda", entre as quais, os generais Abílio Kamalata Numa e Lukamba Paulo "Gato", o antigo presidente do partido, Isaías Samakuva, e o ex-secretário-geral, Eugénio Manuvakola, não figuram da lista dos futuros deputados.

A entrada de figuras ligadas ao Bloco Democrático e o PRA JA-Servir Angola terá forçado a dispensa de alguns veteranos da UNITA, mas o general Samuel Chiwale e o antigo vice-presidente, Joaquim Ernesto Mulato, voltaram a ser integrados na lista, ao mesmo que os conhecidos generais Peregrino Wambo e Apollo Yakuvela entram para a lista pela primeira vez.

Dos elementos de outras forças políticas e provenientes da sociedade civil, o destaque vai para Abel Chivukuvuku, Francisco Viana, antigo militante do MPLA, o nacionalista Justino Pinto de Andrade, e Xavier Jaime.

Nomes como Álvaro Nuno Dala, Jeremias Bendito “Dito Dali” e Pedro Teca, são as novas caras da lista de deputados da UNITA, que integra ainda os membros do clã do líder fundador, como é o caso de Ginga Savimbi.

Noutra frente, Cesinanda Teresa Narciso, Anatilde Jesus de Oliveira Freire e Chimene Kinsukulu Teresa Filipe lideram o grupo das primeiras mulheres que a CASA-CE propõe para os cargos de deputados e fazem parte das 23 mulheres entre os 100 primeiros candidatos da lista.

A coligação reconduziu grande parte dos actuais deputados e não é muito expressiva a entrada de jovens, acontecendo o mesmo em relação à FNLA que, desta vez, voltou a integrar na lista o nacionalista Ngola Kabango, que já foi líder do partido, bem como outros membros que se haviam afastado da anterior liderança de Lucas Ngonda.

XS
SM
MD
LG