Agostinho Neto foi o dirigente que, na história, mais militantes do seu próprio partido matou e o MPLA continua a não procurar uma reconciliação interna sobre esta questão.
A afirmação é do jornalista angolano William Tonet que afirmou ter sido o 27 de Maio de 1977, "uma das maiores chacinas de sempre e todos esperávamos que o MPLA tivesse a hombridade de se reconciliar internamente”.
Para Tonet, “um partido que não tem a postura de se reconciliar internamente não tem a capacidade de reconciliar um país”.
O jornalista falava à Voz da América por ocasião de mais um aniversário dos acontecimentos de 27 de Maio que, segundo as autoridades angolanas, eclodiram quando o conhecido militante e comandante guerrilheiro Nito Alves tentou realizar um golpe de Estado.
Tonet, que trabalhou para Nito Alves e que esteve preso após os confrontos, negou que tal tivesse ocorrido e afirmou que os apoiantes de Neto levaram a cabo um massacre de opositores jovens e intelectuais.
O impacto daquele evento continua a sentir-se através do país, disse Tonet.
“Hoje há milhares de jovens que não têm certidão de óbito dos seus pais”, afirmou o jornalista, acrescentando outro impacto no sistema judicial “porque Neto disse que não iriam perder tempo com julgamentos”.
Para Tonet, “hoje continua a ser o mesmo”, recordando que os apoiantes de Nito Alves tinham avisado para a crescente corrupção no Governo.
“Hoje a corrupção é uma prática institucionalizada”, concluiu William Tonet.