O governo angolano decidiu alocar as linhas de créditos contraídas a partir do exterior para projectos privados de alta rentabilidade, uma medida que já é alvo de críticas alegadamente por carecer de transparência.
Com a medida, o governo pretende minimizar os efeitos da crise económica influenciada pela queda do preço do petróleo no mercado internacional.
O argumento é que tal crédito poderá alavancar a diversificação da economia nacional, com apostas, em particular, nos sectores da agricultura, pescas, turismo e telecomunicações.
A medida é aplaudida por alguns e questionada por outros. O ponto crítico apontado é a falta de esclarecimento sobre os critérios de acesso ao crédito.
Nos círculos da oposição, suspeita-se que os beneficiários serão indivíduos ligados ao poder, o que não contribuirá para a mitigação inclusiva da crise financeira.
Francisco Falua, da UNITA, receia que seja uma estratégia para dividir o dinheiro público entre os chamados empresários próximos do “sistema”.
“Este país, de forma ilicita, fez uma camada de ricos,” desabafa.
O economista Octávio Constantino sugere rigor na selecção de projectos beneficiários, que na sua óptica deverão ser apresentados ao conselho de concertação social e não apenas discutidos pelo executivo.
Constantino reconhece que o governo tem pessoas capazes, mas “podemos adicionar a competência do empresariado para selecionar o que pode ser eficiente”.
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