O maior partido da oposição angolana, UNITA, reafirmou nesta quarta-feira, 2, a sua intensão de prosseguir com o processo de impugnação do Presidente João Lourenço por violações da Constituição, mas não forneceu ainda uma data para tal.
Numa conferência de impensa em Luanda, o chefe do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka disse que o atraso na entrega do processo se deve ao facto de muitos cidadãos estarem a contribuir para o mesmo.
“Nós já teríamos dado entrada deste processo à Assembleia Nacional, só que felizmente, depois do anúncio, estamos a receber muitas contribuições de cidadãos e compreendemos que para tornar o processo mais do cidadão, nós vamos incluir estas contribuições que estamos a receber, já temos a data para isso e na próxima comunicação que faremos vamos anunciar, enquanto isso é segredo", acrescentou.
Chiaka negou a possibilidade de violência ou guerra por causa do processo e afirmou que a impugnação serve para demosntrar que o poder está com os representantes do povo.
“O Presidente da República não é rei, ao estilo Louis XIV, não é Santo Papa, o Presidente é um agente público sujeito à Constituição, da responsabilização, o dono do poder exercido pelo Presidente da República é o povo”, sublinhou aquele parlamentar, quem esclareceu que o processo de destituição é legal e legítimo e nada tem a ver com guerra, ou derrube do poder por golpe de Estado.
"Angola não vai parar se o Presidente for destituído por esta via, também não vai parar se não o for”, afirmou Chiyaka, quem garantiu que "Angola não mais será a mesma depois deste processo (porque) pela primeira vez, depois de estar no poder, o titular do poder sente que o poder afinal não depende dele, depende de outras pessoas".
"Não se trata de uma questão partidária, este problema nãoé entre a UNITA e o PR, mas entre o povo e o PR, por via de seus representantes, e enquanto deputados estamos a agir em nome do povo", concluiu o líder parlamentar da UNITA.
MPLA acusa
Depois do anúncio da UNITA em avançar com um processo de impugnação contra o Presidente da República, o MPLA, no poder, acusou-a de assumir uma atitude de rutura com o diálogo institucional e de tentar criar um quadro que justifique a sublevação popular e, ante esta "estratégia" deu ordens ao seu grupo parlamentar para impedir que o Parlamento "venha a ser instrumentalizado para a concretização de desígnios assentes num clara agenda subversiva, imatura e total irresponsabilidade política".
Este posicionamento do Bureau Político (BP) do partido do Governo foi assumido a 20 de Julho, num comunicado lido pelo secretário para Informação e Propaganda do partido, Rui Falcão.
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