A decisão do Governo angolano de criar um imposto sobre transacções em divisas está a causar alguma preocupação entre especialistas económicos que, contudo, manifestam confiança na economia do país.
Entretanto, o sociólogo Celso Malavoloneke criticou o modo como o Executivo comunicou a crise ao país e disse que que isso causou mais alarme do que era necessário.
O bancário Jorge Veiga disse que o novo imposto poderá afastar investidores estrangeiros.
Angola, continuou Veiga, “precisa de captar investimentos, recrutar bons quadros e isso pode ser um travão”.
Contudo sublinhou a necessidade de se aguardar pelos pormenores da lei que ainda não foram revelados pelo Governo que “está a trabalhar no bom sentido”
Segundo aquele economista, as instituições bancárias angolanas estão em boa situação com centenas de milhões de dólares em investimentos e financiamentos, e com capacidade de continuar a conceder empréstimos para diversos projectos
Por seu lado, o economista José Severino afir ou que a taxa sobre as operações cambiais servirá na prática como uma desvalorização do Kwanza e avisou que algumas empresas poderão subitamente deparar com problemas de pagamento em transacções e em que o imposto não foi levado em conta.
O jornal Expansão revelou recentemente que as autoridades estavam a considerar uma taxa de entre 15 e 18 por cento.
Severino disse que contratos assinados têm que ser honrados e quem assinou contratos a serem pagos mais tarde vai ter agora que acrescentar 15 ou 18 por cento a esse contracto se se confirmar a percentagem do imposto.
Severino, que é também presidente dos industriais de Angola, manifestou-se, no entanto,optimista quanto o futuro imediato do país.
“O sector petrolífero vai recuperar e a economia real continua a crescer”, conclui.
O sociólogo Celso Malavoloneke considera haver “um exagero” na forma como está a ser vista a situação económica de Angola e culpou o Executivo pelo modo como lidou publicamente com a questão.
“Foi tudo mal feito do ponto de vista de comunicação, a começar pela comunicação do Presidente da República”, diss, afirmando que o presidente “nunca deveria ter sido o primeiro a comunicar” as dificuldades a que o país enfrenta
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