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Angola: Há perigos no fim dos subsídios da gasolina que contudo eram insustentáveis, dizem economistas


Foto de arquivo. Malanje
Foto de arquivo. Malanje

A decisão do governo angolano de reduzir os subsídios à gasolina foram recebidos com diferentes opiniões de agentes económicos com alguns avisando que poderá ser “uma cova para o governo” mas outros elogiando o governo por consierarem que os subsídios eram insustentáveis.

Reacções à decisão do governo angolano de eliminar parcialmente subsídios à gasolina - 2:57
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Para mitigar o efeito da medida o governo anunciou que os subsídios se continuarão a pagar por txistas algo que alguns dos analistas dizem vai ser dificil de controlar.

Foi o órgão colegial do governo, o conselho de ministros que decidiu a retirada da subvenção a um dos combustíveisno caso a gasoline e o litro da gasolina passa de 160 kz para 300 kz, uma subida de oitenta porcento.

A par disso o executivo tomou outras medidas como atribuir um cartão ao sector dos taxistas, para continuarem a adquirir o litro da gasolina ao preço actual, ou seja os taxistas e mototaxistas vão continuar a ser subvencionados pelo estado.

O professor em Finanças Públicas Eduardo Nkossi disse que o executivo terá sido mal aconselhado avisando que ma explosão social se avizinha.
"O combustível é o insumo pertinente da vida social da população, quando se aumenta o preço do combustível isto impacta em todas as outras áreas da sociedade e esta decisão é capaz de criar uma explosão social”, disse

“Isto vai afectar a pouca industria e vai afectar a situação social no geral e o próprio governo não tem capacidade de ir ajustando ou actualizando os salários dos cidadãos, o governo com esta medida é como se estivesse a cavar um buraco para ele próprio", acrescentou aconselhando o executivo a reverter a medida urgentemente.

Visão diferente tem outro professor universitário Heitor Carvalho, para quem a medida já vem tarde.
"Os efeitos na economia poderão ser piores do que se tivessem feito o ajuste devagarinho, a partir já de 2016, como previsto pelo próprio executivo, contudo mais vale que nunca”, disse
A situação, segundo o coordenador do Centro de investigação económica da universidade Lusíada de Angola era insustentável.
"Já estávamos num ponto que não dava mais, não podíamos continuar a gastar 2 biliões de cuanzas, para subvenções aos combustíveis, o mesmo, praticamente que se gasta com o sector da educação e saúde juntos, não pode ser", disse

Ndua Amândio é automobilista de viatura a gasolina e diz ser quase impossível o cidadão comum aguentar esta subida.

"Qualquer preço não deve ser aumentado numa ordem de 80 porcento, é quase impossível as pessoas aguentarem o impacto, mesmo com atribuição de cartões anunciados para os taxistas só vai criar mais confusão, o salário mínimo em Angola
é 30 mil cuanzas, (quase cinquenta dólares norte americanos) 300 cuanzas o litro de gasolina é muito dinheiro, ninguém vai conseguir!", disse

Sobre as medidas, para mitigar o impacto o economista Carlos Rosado de Carvalho mostra-se céptico e diz que pode propiciar o surgimento de fraudes, quanto a medida de retirada dos subsídios aos combustíveis.
"É uma solução menos má, não é a ideal porque em meu entender deixa de fora o principal produto subvencionado que é o gasóleo”, disse.

“Isso resolve parte do problema mas não todo, pois é gradual mas isto revela em meu entender um certo medo do executivo", afirmou

A medida entra em vigor amanhã Sexta-feira 2 de Junho, com o preço da gasolina a subir de 160 para 300 kz o litro mas ficam de for a da medida todos os outros derivados do petróleo.

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