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Angola Fala Só - Pedro de Boaventura: "A laicidade não significa que a Igreja faz o que quer"


Pedro de Boaventura, Bastonário da Ordem dos Pastores Evangélicos em Angola
Pedro de Boaventura, Bastonário da Ordem dos Pastores Evangélicos em Angola

Bastonário da Ordem dos Pastores Evangélicos adverte que a liberdade de religião é reconhecida pela Constituição

9 Nov 2018 AFS - Pedro de Boaventura: "A laicidade não significa que a Igreja faz o que quer"
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Alguns dos pontos da proposta de lei sobre a liberdade de religião e culto podem vir a dificultar o trabalho das igrejas e “não favorecem o exercício do ministério pastoral”, disse o reverendo Pedro de Boaventura, bastonário da Ordem dos Pastores Evangélicos de Angola.

Ao participar no programa “Angola Fala Só”, aquele pastor sublinhou “entre outros pontos” a questão de se exigir 100 mil membros para que uma confissão religiosa adquira personalidade jurídica.

Para Pedro de Boaventura “isso viola o direito fundamental de liberdade religiosa e é aí que começa a nossa discordância”.

“Felizmente estamos num país democrático e temos a liberdade de colocar as nossas opiniões enquanto parceiros do estado”, acrescentou o bastonário.

Interrogado sobre a proliferação de seitas, o pastor evangélico começou por sublinhar que “cada cidadão é livre de exercer a sua liberdade de consciência e religião”.

Contudo, disse, falta um instrumento ou organização “capaz de fazer um acompanhamento mais adequado para se verificar de facto onde estão e como exercem a actividade”.

“Estamos a tentar contribuir junto do Estado para darmos a nossa contribuição e dirimirmos este mal”, avancou, acrescentando que "o papel da Ordem dos Pastores Evangélicos é trabalhar com os órgãos do Estado para encontrarmos e identificar onde os males existem para contribuir para que isso seja dissipado”.

Mais à frente, Pedro de Boaventura deixou claro que a laicidade do Estado “não significa que o Governo deixa que as igrejas façam o que lhes apetece”.

Durante o programa, o reverendo acautelou ainda que muitas “seitas” apesar de não terem personalidade judicial legal têm feito contribuições para a sociedade “tirando pessoas de vidas desastrosas para um convívio social são”.

“É preciso identificar quem são seitas e quem não são seitas”, sublinhou, esclarecendo não concordar com os que dizem que "são seitas aquelas organizações que não têm personalidade jurídica".

Questionado sobre a Operação Transparência, Pedro de Boaventura defendeu a legitimidade do Estado em avançar com a iniciativa porque, concluiu, "visa eliminar certos males que existem, embora muitass coisas devem ser acauteladas".

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