A Operação Resgate foi duramente criticada pela esmagadora maioria dos ouvintes que participaram no “Microfone Aberto”, do programa “Angola Fala Só”.
Ao contrário do que é habitual, o “Angola Fala Só” desta semana foi preenchido na sua totalidade pelos ouvintes e internautas da VOA que foram convidados a dar a sua opinião sobre a actual situação política e económica em Angola.
As críticas à Operação Resgate versaram essencialmente o combate à venda nas ruas pelas “zungueiras”
“A “Operação Resgate” não é um benefício para os angolanos”, disse o ouvinte Kachitoto, que falava de Benguela, acrescentando que "os pobres estão a ser prejudicados”.
Vários outros ouvintes fizeram eco dessa critica.
João Marcio Bobra afirmou que “o princípio é bom” embora o Governo devesse, em primeiro lugar, ter criado condições para que as zungueiras pudessem vender em locais apropriados.
Ariosvaldo Veloso disse que o Governo deveria ter ouvido a sociedade civil.
“As zungueiras vão para onde? Não há mercados e os que existem são débeis e sem condições”, sulinhou Veloso, enquanto António Canivete afirmou que a Operação Resgate está a “aumentar o desemprego”.
O ouvinte José Caposso deu contudo o seu apoio ao facto de a Operação Resgate” estar a encerrar igrejas ilegais fazendo notar que em algumas zonas “têm mais igrejas do que escolas”.
A esmagadora maioria dos ouvintes deu o seu apoio à luta contra a corrupção mas mostraram-se impacientes com as poucas mudanças ocorridas no campo económico e social.
“Há cada vez mais desempregados”, denunciou Carlos Amoreth de Luanda.
“João Lourenço não pode ter só a luta contra a corrupção como bandeira”, alertou um ouvinte enquanto outro afirmou que a luta contra a corrupção deve começar dentro do MPLA porque “ a corrupção parte de lá”.
As maiores liberdades de expressão na Presidência de João Lourenço foram saudadas pelos ouvintes, tendo um afirmado que "Lourenço quer ser um reformador à Gorbachev” .
Fátima João pediu tempo João Lourenço porque, concluiu, “não se muda uma casa de 40 anos em quatro dias”.