O deputado pela bancada parlamentar da UNITA, Raúl Tati, foi o convidado do Angola Fala Só desta sexta-feira, 31 de julho.
Em discussão o tema: "Há paz ou não em Cabinda".
Para Raúl Tati a paz efectiva em Cabinda não existe porque "onde não há justiça não há paz".
Tati disse que há assuntos tabu na Assembleia e que "os dogmas da Angola indivisível são intocáveis" e que a UNITA levanta sempre o tema de Cabinda.
Respondendo a uma questão de um internauta sobre o plano da UNITA para o enclave, o deputado disse que o partido "sempre evitou a guerra em Cabinda" e que Jonas Savimbi defendia uma "espécie de autonomia, independência nunca", enquanto José Eduardo dos Santos propôs um diálogo "que nunca aconteceu".
Raúl Tati disse ainda que o caminho para a resolução do problema de Cabinda passa pelo diálogo: "Estamos condenados a dialogar".
No que respeita à velha questão "Se Cabinda não tivesse madeira ou petróleo pediria a independência?", Tati propôs o exercício contrário: "Se Cabinda não tivesse madeira ou petróleo Angola quereria Cabinda?" - o político disse no entanto que o petróleo joga um papel fulcral no diferendo de Cabinda.
Sobre o surgimento de movimentos como o Movimento Independentista de Cabinda (MIC) ou Movimento de Libertação de Cabinda (MLC), o deputado diz que "estamos a ensaiar a democracia e o pluralismo" e não vê nenhum problema nisso, pelo contrário.
Defensor da auto-determinação de Cabinda, Raúl Tati acredita que é pelo diálogo que o "diferendo político" de Cabinda se vai resolver e que não se pode desistir de lutar por essa auto-determinação.