Caso vença as eleições a CASA-CE tem programadas extensas reformas que visam remodelar a constituição, descentralizar o poder, reformar as forças armadas e combater de forma sistemática a corrupção.
Isto foram os temas abordados num animado “Angola Fala Só” em que ouvintes da Voz da América enviaram perguntas através das redes sociais para os três candidatos à presidência do terceiro maior partido de Angola que realiza na próxima semana o seu congresso.
Buscam a presidência o actual dirigente Abel Chivukuvuku, Carlos Pinho e João Kalupeteca e todos eles expressaram confiança na possibilidade de uma vitória nas eleições de 2017 se houver participação e vigilância nas mesas de votos.
O actual presidente da CASA-CE lançou um apelo aos angolanos para se registarem como eleitores e participarem nas eleições.
Interrogado sobre o combate à corrupção Abel Chivukuvuku disse que isto deve ser feito não só através do exemplo pois “neste momento são os dirigentes ao mais alto nível que estão envolvidos na corrupção”, mas também através de “mecanismos institucionais” como o tribunal de contas, uma alta autoridade contra a corrupção e eventualmente a criação de um corpo de investigação policial anti corrupção”.
O combate à governação envolve também “medidas correctivas” no que diz respeito à governação como a criação de melhores condições de trabalho, disse Chivukuvuku.
Já Carlos Pinho disse que para haver um combate à corrupção tem que haver “a mudança do governo deste país”.
“Precisamos de um novo paradigma que se baseie nos princípios da democracia…. Em que todos possam exercer os seus direitos”, disse Carlos Pinho.
“Temos que melhorar o sistema de justiça e é preciso um funcionalismo público eficaz”, disse sublinhando a necessidade de se “promover o mérito na função publica”.
João Kalupeteka disse que para haver um combate à corrupção tem que “existir como base a separação dos poderes legislativo, jurídico e executivo”.
“Enquanto não houver essa separação não poderá haver fiscalização”, defendeu.
Os candidatos sublinharam também a politica de inclusão do seu partido com Carlos Pinho a afirmar que “o MPLA é nosso adversário não é nosso inimigo”, mas ao mesmo tempo reafirmando a sua independência total em relação ao partido no poder.
Os candidatos à presidência do MPLA acusaram o governo do MPLA de discriminar contra os angolanos na diáspora, impedidos de votar nas eleições.
“Temos um governo que exclui e discrimina”, disse Abel Chivukuvuku para quem o direito de votar de todos os angolanos “foi subvertido porque o governo tem medo”.
Interrogados sobre os seus planos para as Forças Armadas (FA) tanto Chivukuvuku como Carlos Pinho disseram que neste momento não há ameaças externas a Angola, pelo que investir mais nas FA não seria uma prioridade.
“O maior risco para Angola neste momento é a imigração ilegal”, disse o presidente da CASA-CE, defendendo uma mudança de enfâse.
Os candidatos mencionaram a necessidade dos membros das FA terem condições adequadas e denunciaram o seu uso em questões internas como as recentes demolições no Zango.
Os três candidatos manifestaram o seu apoio aos activistas “Revus” mas frisaram que a CASA-CE como partido político tem “um papel diferente”.
Sistema Presidencial Hiperbólico
A descentralização do país numa constituição remodelada foi outro tema aprofundado pelos candidatos com todos a sublinharem a necessidade da descentralização.
“Temos um modelo excessivamente centralizado e precisamos de um estado unitário mas politicamente descentralizado”, defendeu Abel Chivukuvuku para quem pode haver um debate sobre como é que “poderão ser as unidades territoriais”. O actual presidente da CASA-CE realçou ainda que em Angola existe "um presidencialismo hiperbólico, onde tudo se concentra na mesma pessoa".
Carlos Pinho disse que numa nova constituição implemente as autarquias locais pois “é necessário que ao nível constitucional se prevejam regiões especiais”, indicando como exemplo disso Cabinda e outras zonas como as Lundas.
“Somos todos iguais na diferença”, disse.
João Kalupeteka disse defender um sistema semipresidencialista com a separação de poderes e perto do final do programa disse acreditar ser possível vencer as eleições.
“A CASA é neste momento o partido que mais cresce em Angola”, afirmou