A Comissão Nacional de Eleições (CNE) esteve no centro das críticas de ouvintes e internautas sobre o seu papel durante o processo eleitoral em Angola que participaram no programa Angola Fala Só , na VOA, nesta sexta-feira, 25.
“A CNE criou desordem premeditada”, acusou Afonso Lubembo que participou a partir da França, e lamentou o facto de, mais uma vez, não ter podido votar.
Depois de ter “felicitado o povo pela forma cívica como votou”, aquele ouvinte disse que desde o início a CNE pretendeu provocar o caos e intervir no processo, ao não credenciar delegados da oposição.
Ele felicitou o trabalho dos partidos da oposição e contrariou a opinião de Adão Agostinho, da Itália, que deu os parabéns à CNE.
Por seu lado, Adão Agostinho afirmou não ter notado nenhuma diferença entre as propostas dos diferentes partidos políticos, para além da revisão da Constituição, que não é defendida pelo MPLA.
Agostinho questionou os partidos da oposição que “denunciam a fraude e que os resultados eleitorais não são verdadeiros, mas que depois assumem os seus lugares no Parlamento”.
Convulsões
Sem poder votar também, disse ter acompanhado todo esse processo através das redes sociais, assim como Isidoro Poba Jr. que, da Rússia, que felicitou a CNE pela condução do processo até às eleições.
“Depois foi uma lástima total, uma tristeza, com resultados que não correspondem à verdade”, asseverou aquele ouvinte que lembra “que as pessoas que votaram estão surpreendidas com esses resultados”.
Apesar de muitos problemas com as comunicações, alguns ouvintes em Angola também apontaram o dedo à CNE.
Jorge Góis, no Uíge, relatou que enfrentou muitos problemas para ter o credenciamento da CNE como delegado, “mas vários companheiros de partido não foram credenciados”, o que, segundo ele, impediu o controlo das mesas de voto.
“Esta situação criada pela CNE pode levar a convulsões”, avisou Góis, que confirmou que actas de assembleias em que a oposição ganhou, o MPLA aparece com mais votos.
Da Lunda Norte, Geremias da Zona foi contundente em dizer que “os resultados não têm nada a ver com a realidade” e que continua à espera que “a CNE apresente os resultados de 2017 porque estes são de 2012”.
Zona, visivelmente contrariado com os resultados, pergunta por que a “CNE continua a esconder os números reais”.
Em Benguela, segundo Alberto Tchamlata, “tudo decorreu na normalidade”.
Os internautas que participaram através das redes sociais também apontaram o dedo à CNE, bem como aos observadores internacionais que, segundo alguns, “não deverão ter saído dos hotéis” ou permanecido apenas em Luanda.
Ouça o programa:
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