A Independência de Angola é “desequilibrada”, disse um ouvinte durante o programa “Angola Fala Só”, da VOA, em que os angolanos foram convidados a discutir os 40 anos da independência do país.
Simão Hossi Sonjamba, que entrou em contacto a partir de Luanda, afirmou que em 40 anos de independência “houve coisas que foram feitas e outras que não foram feitas”.
“Há muitas coisas que não evoluíram”, disse Sonjamba, dando como exemplo os problemas na educação, na comunicação social e na administração.
“Temos uma independência desequilibrada”, reiterou, afirmando a este respeito que muitos angolanos “não têm muito para celebrar”.
“Se houvesse vontade política teríamos feito muito mais”, acrescentou, afirmando ainda não estar optimista quanto ao futuro imediato de Angola.
Na generalidade, os ouvintes tiveram opiniões diversas sobre os 40 anos da Independência e o futuro do país.
A esmagadora maioria dos ouvintes que participaram são da geração pós-independência e a opinião quase unânime foi que o Governo deve concentrar-se mais em tentar resolver os problemas da juventude para assegurar o futuro do país
João Moreira frisou que “o futuro está escuro para a juventude”.
“O futuro não existe”, disse, reiterando que o importante não é mudar o Governo “mas mudar a política”.
Alcides Alcizinho, de Benguela, afirmou não poder haver dúvidas que “Angola mudou após a independência, mas falta alguma coisa”.
Alcizinho frisou a necessidade do Executivo se concentrar na "situação da juventude”, opinião compartilhada por Francisco Quessongo Francis, do Bié.
Antonio Canhanga, que contactou a partir da Lunda Norte, foi da opinião que a independência tinha resultado em que “há uma Angola para alguns que não é a Angola para todos”.
“Gostaria que houvesse um Governo para o povo, não um governo para o bolso”, enfatizou Canhanga, afirmando que “ninguém está contra a Independência”.
Canhanga disse que gostaria de ver um executivo “mais honesto” e a combater o desemprego.
Por seu lado, Hortêncio Mendes, do Uíge, afirmou que Angola é um país ainda “na dependência” de outros, acrescentando que precisa de ter alguém na governação “que saiba o que é ser pobre”.
Miranda Cambundo fez eco da opinião de Canhanga ao afirmar que a independência de Angola “é nominal”.
Ele acusou as autoridades de fazerem promessas eleitorais que não podem cumprir. Para Cambundo os angolanos não de devem enganar com promessas eleitorais, no que foi corroborado por Eduardo Oseias, do Bié.
“Somos independentes em termos administrativos mas ainda dependemos de outros”, afirmou
Já Jorge José Muata, de Luanda,fez notar que durante os 40 anos de independência houve “ganhos”.
“Não podemos afirmar que nada se fez”, disse enumerando a construção de estradas, de portos e a livre circulação de pessoas e bens.
Para Mujata, mesmo nos meios de opinião de informação controlados pelo Estado tem havido progressos em abrir as antenas a opiniões diversas.
Quanto ao futuro do país, o ouvinte afirmou que “o futuro depende dos angolanos”.