O Angola Fala Só desta Sexta-feira, 10 de Abril, tem ao microfone o padre Casimiro Congo, a partir de Cabinda. Natural de Lándana, o padre Congo também é professor e revela ter tido muitos desejos para Cabinda. O último é que os cabindenses deixem de ter nacionalidade angolana virtual, porque para o padre o povo de Cabinda não tem direitos nem é visto como angolano por quem não é do enclave.
Nome: Jorge Casimiro Congo
Data de Nascimento: 28 de Março 1952
Local de Nascimento: Lândana - município de Kakongo - Cabinda
Profissão: Professor de Português e Metodologias o na Universidade Lusíada
Formação: Universidade Urbaniana de Roma - Teologia e Línguas Antigas
Destino em Angola: Não tem. Prefere estar em Cabinda
Lema de vida: "Consolai o meu povo", Isaías 40, versículo I
Curiosidades: Faz ginástica e toma café todas as manhãs
Hobbies: Escreve todos os dias sobre a história de Cabinda; escreve romances (tem livros publicados) e compõe música
Último livro que leu: "Angola e Dinheiro - Golpada no BES e a Transição do Regime" de Rui Verde
Música: Música clássica - As Quatro Estações de Vivaldi
Detenções: Foi detidos várias vezes, mas nunca foi colocado numa cela - diz ter sofrido muitas humilhações. A última detenção foi em 2012, em Malembo, por altura da visita de D. Filomeno a Lándana. Afirma ter ficado oito horas detido em Malembo, sem o seu carro, para que não pudesse deslocar-se a Lándana.
Qual o seu desejo para Cabinda... "já tive muitos. Primeiro, fui sempre defensor da independência, depois aceitei sempre uma solução intermédia que fosse boa para ambas as partes e concedesse ao povo de Cabinda uma vida melhor, direitos. Mas agora estou preocupado também que Angola nos dê a nacionalidade. Temos uma nacionalidade virtual. Isto aqui é horrível. Não temos direitos nenhuns. Por exemplo, eu vivo em Lándana, perto de uma campo de futebol e criámos uma equipa chamada Real Lándana, fomos obrigados a acabar com a equipa, fomos perseguidos só porque criámos uma equipa com o nome Real Lándana! Não temos liberdade".
Onde estava 11 de Novembro de 1975?
"Era refugiado na actual República Democrática do Congo - porque senão seria morto. Os meus colegas que estiveran connosco no seminário e foram para as matas pelo MPLA queriam matar-nos porque sabiam que pensávamos diferente. Naquela altura não comprendíamos porque devíamos ser angolanos. Defendíamos a independência de Cabinda."