Nesta Sexta-feira, 20 de Novembro, o Angola Fala Só tem ao microfone João Paulo Ganga, sociólogo e jornalista.
O sociólogo defende que as políticas públicas têm vindo a produzir mais pobres em Angola, favorecendo uma elite que controla a maior parte dos recursos.
Nome: João Paulo Gonçalves Ganga
Data de Nascimento: 5 Fevereiro 1975
Local de Nascimento: Luanda
Profissão: Jornalista
Formação: Sociologia pela Universidade de Coimbra (Portugal); Jornalismo pelo Centro Europeu da Juventude em Estrasburgo (França).
Destino em Angola: Ilha de Luanda e Ilha do Mussulo (gosta muito de mar)
Lema de vida: Ajudar o próximo e procurar melhorar todos os dias
Curiosidades: Lê muito, ri muito, fala muito, ouve muita música, gosta muito de crianças, é naturalmente bem-disposto.
Hobbies: Leitura, música, dança, jogar futebol
Último livro que leu: "A Quarta Revolução", de dois jornalistas americanos, John Micklethwait e Adrian Wooldridge, sobre a mudança da ideia de Estado.
Música: Semba, música romântica, música de intervenção, que faça reflectir.
O Estado social de Angola... "politicamente vivemos num país amordaçado, a independência libertou os países africanos, mas não libertou as pessoas africanas; culturalmente somos valorizados internacionalmente, não somos reconhecidos pelo saber, pelo conhecimento, somos reconhecidos pela corrupção, pela música ou pela dança; no plano socio-económico temos uma política institucional de combate contra o pobre, as políticas públicas produzem mais pobreza, a favor de uma elite que controla a maior parte dos recursos públicos, gerando desigualdades sociais cada vez mais evidentes. Temos uma população desesperada."
Onde estava 11 de Novembro de 1975?
"Provavelmente no colo da minha mãe. A descrição que me fazem [família] é muito má. O país estava a ferro e fogo. Os movimentos de libertação MPLA, FNLA e UNITA guerreavam-se pela tomada da capital e Portugal tomava partido de um dos lados, entregando Angola ao MPLA, em vez de ser árbitro. Angola foi apanhada no meio da guerra fria também e o resultado é o que encontrámos hoje. A população está desiludida com o processo de independência. A independência não trouxe tudo o que as pessoas esperavam, as pessoas deixaram de ser escravas mas as expectativas foram frustradas.Podíamos ter feito muito mais."