O Angola Fala Só desta Sexta-feira, 3, convida Tunga Alberto, investigador, activista e Secretário Executivo do Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos. Considera que os líderes dos partidos envolvidos na luta pela independência "eram uns aventureiros".
Nome: Francisco Tunga Alberto
Data de Nascimento: 6 Setembro 1954
Local de Nascimento: Nsosso/ Lombe - Província do Uíge
Estado civil: Casado
Filhos: 7
Profissão: Secretário Executivo do Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos e Investigador na área dos direitos humanos.
Formação: Psicologia aplicada em educação em Kinshasa, República Democrática do Congo; fez várias formações profissionais em matéria de desenvolvimento e direitos humanos no Brasil; formação profissional em Administração no Quénia e na Tanzânia; formação em gestão de conflitos na África do Sul
Destino em Angola: Província do Uíge é o lugar que me dá mais paz e Zaire
Lema de vida: "Não me posso deitar sem ter a certeza de que defendi pelo menos um angolano"
Curiosidades: Gosta de resolver os meus problemas de forma organizada e é muito religioso como é costume no povo do Congo.
Hobbies: Todas as Quintas-feiras está no coro; tem uma biblioteca pessoal chamada Clínica das Ideias
A ler: "História de África desde as origens aos nossos dias" de Bernard Loudan
Música: Golden Gate (grupo americano); o coro de que faz parte; Ladysmith Black Mambazo
Distinções: Várias pelo coro de que é membro e já foi presidente
Detenções: "Já escapei ser assassinado... porque a verdade dói (nenhum regime gosta que se diga a verdade, estão sempre a ameaçar-nos)"
Os direitos humanos em Angola... a nossa Constituição é muito clara ao dizer que Angola é um Estado de Direito Democrático que aplica todos os princípios internacionais e a Declaração Universal dos Direitos Humanos mas a paz que se vive hoje obriga-nos a viver a medo, é uma paz de exclusão em que os dirigentes pensam que nos estão a fazer um favor... não temos saúde, não temos educação, os filhos deles têm mas fora do país. Não é uma paz que nos dá direitos iguais. Temos um país que exlcui a maioria.
Onde estava 11 de Novembro de 1975?
Saí de Angola em Abril de 1961 devido à opressão colonial e a 4 de Julho de 1975 voltei a Angola, mas quando voltei observei que os Acordos de Alvor não tinham contemplado a sociedade civil nem as igrejas, percebi que ia ser uma independência de brincar e a 22 de Setembro de 1975 voltei a Kinshasa de onde acompanhei o processo a ouvir pela rádio as duas proclamações da independência em Luanda e no Huambo. Os líderes dos partidos envolvidos eram uns aventureiros.