Os partidos angolanos da oposição não têm cumprido o seu papel e daí a necessidade de uma nova organização que leve a verdadeiras mudanças no país, defendeu Ermelinda Freitas do recém-fundado Movimento de Unidade Nacional (MUN).
Ao participar no programa “Angola Fala Só, a líder da organização das mulheres do MUN disse que os angolanos “estão cansados das mentiras”.
Freitas afirmou que a UNITA disse ter ganho as eleições e depois afirmado que nada podia fazer porque não queria a morte de ninguém.
“Uns roubam e outros aplaudem”, afirmou a dirigente do MUN, acrescentando que "continuamos a morrer nos hospitais e a oposição já devia ter feito mais”.
“A oposição continua a dizer amén”, sublinhou Freitas para quem Angola é como “um copo de cristal quando se parte”.
“Fica tudo aos bocadinhos”, sublinhou.
Freitas foi militante da UNITA e disse que uma das razões que a levou a abandonar o partido foi a de que sentiu “usada”.
Ao longo do programa, Freitas deu alguns detalhes do programa político da organização e defendeu que qualquer companhia estrangeira que faça obras em Angola deve ter angolanos como 90% dos seus trabalhadores, defendendo ainda a inclusão de jovens como candidatos à Assembleia Nacional.
Ao se referir ao fim do colonialismo português como “a dita independência”, Ermelinda Freitas afirmou ainda não acreditar que haja mudanças verdadeiras com a governação do Presidente João Lourenço.
“João Lourenço está apenas a mudar de fato”, acusou.
Freitas disse que o MUN defende um sistema federal para Angola e como tal não participará em eleições autárquicas que ela disse não serão justas.
“O MPLA está a preparar o tacho à maneira dele”, disse em referência à proposta de gradualismo geográfico para essas eleições.
O federalismo proposto pelo MUN, acrescentou, resolverá problemas como a questão de Cabinda e das Lundas.
Contudo sublinhou que na sua opinião “Cabinda não faz parte de Angola” e concluiu que "já chega de mentiras”.