Estamos revoltados e tristes com o que aconteceu ao Dr. Sílvio Dala, disse no “Angola Fala Só” Elísio Magalhães Secretário-Geral Adjunto do Sindicato dos Enfermeiros de Angola.
O sindicalista disse que vai participar na marcha de solidariedade com a família de Dala no sábado afirmando que há a necessidade de que os agentes policiais sejam mais educados no modo como lidam com a população.
Dala morreu depois de ter sido levado para uma esquadra por não usar máscara contra a Covid-19 dentro do seu automóvel particular. As autoridades dizem que morreu de um ataque cardíaco mas o sindicato dos médicos disse duvidar disso devido aos ferimentos na cabeça do médico e pediu uma investigação independente.
“Quem perdeu foi Angola, quem perdeu foi o país e os pacientes”, disse Elísio Magalhães.
Interrogado sobre as recentes medidas anunciadas pelo governo que aliviam algumas das restrições anteriormente impostas no combate à pandemia, o dirigente sindical dos enfermeiros disse que “para o pessoal hospitalar não houve novidade nenhuma”.
Para Magalhães “os profissionais de saúde estão na linha da frente” e ncessitam de mais material de bio-segurança e outro material hospitalar para garantir a sua segurança recordando que o pessoal dos serviços de saúde “ainda não começou a ser testado” pelo que não se sabe se há infecções entre eles.
“O vírus não tem cara, não tem raça, não tem côr e quando estamos na triagem não sabemos se está presente ou não”, disse frisando a necessidade de mais material de bio-segurança.
O Secretário-Geral Adjunto do Sindicato dos Enfermeiros saudou a decisão de se acabar com a obrigação de se usar máscara em carro individual afirmando que isso deveria ter sido feito há muito tempo.
Interrogado sobre quais as principais reivindicações da classe, Elísio Magalhães subinhou a assistência médica e medicamentosa, e a habitação.
Elísio Magalhães saudou “a maior abertura” do governo angolano do Presidente João Lourenço mas disse que “ainda falta mais”.
“Não podemos só ser chamados quando as coisas já estão cozinhadas”, disse.
“Devemos dar as nossas contribuições no momento em que se vão cozinhar as coisas”, acrescentou pedindo também “maior transparência para termos uma Angola coesa, aberta e unida”.