Dezenas de empresas estão em incumprimento de reembolsos de fundos adquiridos através do Projecto de Apoio ao Crédito com casos passíveis de responsabilização criminal, e a consequente falta de recursos para novos empréstimos, soube a Voz da América.
O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), uma peça-chave no Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), perdeu o rasto de micro, pequenas e médias empresas com fundos públicos para a actividade produtiva, principalmente em Luanda e segundo o Instituto Nacional de Apoio a Médias e Pequenas Empresas, o levantamento de todos os casos de incumprimentos passa também por Benguela, província que recebeu 200 mil milhões de Kwanzas, cerca de 220 milhões de dólares, do PAC.
Em Benguela, segundo o INAPEM, há mesmo operadores sem um único reembolso, os chamados incumpridores totais, que podem ser responsabilizados criminalmemte.
Abordado pela VOA, o director provincial do Gabinete de Desenvolvimento Económico e Social, Samuel Malezi, confirmou que muitas empresas, com créditos até 41 milhões de Kwanzas cada, desrespeitam os contratos.
“Há sim aqueles que ainda não começaram com o reembolso, … (o que) vai impedir que os demais beneficiem de financiamento” disse afirmando que a situação “também provoca embaraços”
Aquele responsável culpou a situação em ‘caloteiros´acrescentando que é preocupante a situação em Benguela, também em relação aos beneficiários da banca comercial”.
A VOA tentou, sem sucesso, ouvir o BDA, que financiou na província de Benguela, segundo dados oficiais, 149 dos 194 projectos inscritos no PRODESI, nas áreas da agricultura, pecuária, pescas e comércio.
Também não foi possível obter explicações do banco central sobre o malparado no âmbito do apoio à produção nacional.
Certo, segundo o economista Alfredo Sapi, é que o Estado deve reforçar a fiscalização com a figura do auditor externo .
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