Os governos de Angola e dos Estados Unidos da América devem assinar, em Janeiro de 2024, um acordo de cooperação nos domínios do reequipamento e modernização das Forças Armadas Angolanas (FAA), da engenharia militar, da formação de quadros e da segurança cibernética e espacial.
O anúncio foi feito pelo ministro de Estado e da Chefe da Casa Militar do Presidente da República, após encontro com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, em Luanda.
Francisco Pereira Furtado acrescentou que o acordo deve também compreender a presença de instrutores americanos em Angola “naqueles setores de formação que nós precisamos para melhor ampliação da cooperação nos vários domínios aqui no país”.
O chefe da Casa Militar disse estar já em elaboração a proposta de acordo que será remetida ao Conselho de Ministros para aprovação e descartou qualquer entendimento que vise a instalação de uma base militar americana em Angola.
Cesário Zalata, especialista em relações internacionais, disse à Voz da América que os acordos anunciados representam “uma redefinição da política externa e militar de Angola” depois de muitos anos de relações com a Rússia.
Rafael Massanga Savimbi, secretário da UNITA para as Relações Internacionais, considera a América “um parceiro estratégico” e ressalta o apoio que prestou ao seu partido durante a guerra fria.
“A história militar angolana também tem alguma ligação com os Estados Unidos, de uma forma ou outra, pelo apoio que prestou a um dos contendores angolanos”, realçou o filho do líder fundador da UNITA, para quem Angola deve adoptar “uma doutrina militar diversificada que resulte da sua realidade e das experiências que vai colhendo outros”.
O deputado Massanga Savimbi integrou a delegação da UNITA, composta por seis membros, encabeçada pelo seu presidente, Adalberto Costa Júnior, que foi convidada a assistir à palestra do secretário de Defesa Lloyd Austin, que aconteceu no Museu do Arquivo Nacional em Luanda na quarta-feira.
Austin foi o primeiro secretário de Defesa dos Estados Unidos a visitar Angola em 47 anos de Independência e, em Luanda, ele foi recebido pelo Presidente João Lourenço.
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