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Angola diz-se preparada para combater crimes cibernéticos mas alguns duvidam


As autoridades angolanas mostram-se confiantes na sua capacidade de fazer face ao crime cibernético que tal como através do mundo está a conhecer um aumento no país, mas alguns especialistas duvidam deste optimismo.

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Recentemente em Angola houve notícias de que algumas conhecidas figuras políticas tinham sido alvo de uma burla no uso da Internet, fornecendo os seu dados bancários a criminosos que conseguiram ludibriar essas pessoas a entregarem o acesso às suas contas.

O Serviço de Investigação Criminal de Angola anunciou o desmantelamento de uma rede de jogos online, supostamente sob o controlo de cidadãos chineses e com apostadores do Brasil que teriam cometido crimes de burla, lavagem de dinheiro e outros crimes considerados informáticos ou cibernéticos.

O SIC confirmou ter encerrado um casino virtual com mais de quatrocentos jogos, e presos quarenta e seis cidadãos chineses que cometiam crimes de burla, branqueamento
de capitais.

O porta voz do Serviço de Investigação Criminal SIC Manuel Halaiwa foi peremptório na sua afirmação de as autoridades estão preparadas para enfrentar esse tipo de crime.

“Nós temos uma Direcção Nacional de Combate aos Crimes Informáticos, temos especialistas que têm dado respostas permanente a este tipo de fenómenos”, disse.

O oficial do SIC forneceu dados sobre investigações recentes, onde quase sempre com envolvimento de cidadãos estrangeiros, mencionando o caso do casino virtual que resultou na prisão de 46 cidadãos chineses e ainda um outro caso envolvendo telecomunicações.


“Trabalhamos com as operadoras e felizmente conseguimos desmantelar algumas redes, uma das quais integrada por um chinês que foi encontrado com mais de dois milhões de chips (cartões de telefones) tanto da UNITEL como da Movicel”, disse.

O jurista Manuel Cangundo disse contudo que Angola tem ainda “muito défice ainda neste tipo de matéria”.

“Quando vem uma entidade dizer que estamos preparados, temos que entender que esta entidade fala em nome de alguém que ele próprio defende, se disser o contrário é óbvio que coloca o seu pão no gasóleo”, afirmou o jurista para quem “ nós não estamos
nada preparados”.

“Nós nem sequer temos ferramentas técnicas e tecnológicas para dar respostas a estas situações, poderá dizer que estão a se preparar ou a se capacitar mas afirmar que estamos preparados eu não acredito", afirmou

Quem também diz discordar que Angola tenha instituições capazes de combater este tipo de crimes cometidos virtualmente é o jurista e especialista Adriano Kulimba que fez notar a fragilidade do actual sistema financeiro angolano.

"Quando um estado entrega o seu sistema de segurança financeira nas mãos de estrangeiros fica difícil”, disse.

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