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Angola: Diferendo entre Alrosa e Catoca ainda sem solução


Entrada da sede da Alrosa em Moscovo
Entrada da sede da Alrosa em Moscovo

Diplomata diz que Rússia e Angola estão ainda a tentar encontrar “mecanismos” para resolver a questão da Catoca

A participação da companhia russa Alrosa na mina de diamantes de Catoca em Angola continua por resolver, indicou um diplomata angolano.

Em declarações à agência de noticias russa Sputnik o embaixador de Angola na Rússia, Augusto da Silva Cunha, disse que Moscovo e Luanda continuam a trabalhar para remover os obstaculos às operações da Alrosa em Angola.

O diplomata falava aquela agência no Forum Económico Oriental que termina na sexta feira e afirmou ser verdade que as sanções impostas à Rússia afetaram as operações da Alrosa na mina de Catoca.

“Apesar disso Angola e a Rússia estão a desenvolver mecanismos para ultrapassar as dificuldades que surgiram”, disse o embaixador angolano sem dar outros pormenores quer sobre esses mecanismos quer sobre o impacto da continua presença da Alrosa na Catoca

O diplomata disse contudo que Angola não estava a dificultar negociações para mais cooperação, numa aparente alusão a notícias de desentendimentos entre as duas partes.

O semanário angolano, Expansão, tinha antecipado que o governo de Angola estava a forçar a saída da Alrosa da Sociedade Mineira de Catoca, por se ter tornado tóxica para a comercialização de diamantes angolanos, devido às sanções internacionais à Rússia, mas a multinacional exigia fechar contas para efetuar a saída da estrutura acionista da empresa mineira de Catoca.

Em Abril deste ano a Rússia reconheceu que a companhia teria que vender a sua participação na mina de diamantes de Catoca, em Angola, e confirmou haver já companhias interessadas em adquirir a sua participação.

O vice-ministro das finanças russo, Alexey Moiseev, disse na altura que os angolanos têm “razões justas na generalidade” para quererem que a Alrosa saia da companhia que explora os diamantes, porque companhias ocidentais envolvidas na compra dos diamantes ou no fornecimento de material recusam-se a negociar, devido à presença da Alrosa.

Moiseev disse que estavam a ser analisadas “várias opções”, mas acrescentou que “o significado disto é que a participação terá, aparentemente, que ser vendida”.

Desde então contudo nada mais foi ouvido sobre a questão e o secretário de estado angolano para os Recursos Minerais disse que a solução do contencioso que Luanda tem com a multinacional russa dos diamantes, deveria ser encontrada através de uma decisão política.

Moiseev tinha, anteriormente, afirmado que a pressão de Angola para a Alrosa abandonar o projeto de Catoca era “uma questão problemática nas relações com o governo angolano”.

A Alrosa detém 41% da companhia de exploração de diamantes de Catoca a quarta maior mina de ceu aberto de diamantes e que produz cerca de 75% dos diamantes angolanos. A endiama controla outros 41%.

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