As autoridades angolanas estão confiantes num desfecho para breve do
processo que envolve o ex-vice presidente Manuel Vicente.
A questão foi discutida pessoalmente pelo primeiro-ministro português
António Costa e o Presidente angolano, que esta semana se reuniram, em
Davos, à margem do Fórum Económico Mundial.
Aparentemente, terão ambos concordado que esse compromisso poderia salvar a face a ambas as partes.
O princípio do acordo pode estar na leitura e interpretação da
resposta à carta rogatória que Angola enviou a Portugal, no âmbito do
processo que envolve o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente,
acusado de corrupção ativa e branqueamento de capitais.
Angola pediu a transferência do processo a fim de o julgar no país, ao abrigo do convénio assinado no âmbito da CPLP.
Esta semana o ministério público português aceitou separar o processo
de julgamento, que envolve o ex-vice-presidente angolano, no âmbito da
"operação fizz", uma posição entendida como um sinal de flexibilidade,
depois de Angola ter respondido a carta rogatória das autoridades
portuguesas.
A transmissão do processo para as autoridades angolanas, como é
defendida pelo regime de Luanda, não impede que as autoridades
portuguesas possam porventura, e verificados os pressupostos legais,
vir a recuperar o direito de proceder penalmente, dizem algumas
fontes.
O chefe da diplomacia angolana, Manuel Augusto reiterou, esta semana,
a posição oficial do seu país, afirmando-se confiante num desfecho
para breve, que venha de encontro ao desejo dos dois povos e governos,
“para que a harmonia que tem caracterizado as relações bilaterais
possam ser retomadas.
Analistas em Luanda manifestam algumas reservas sobre a crise judicial entre Angola e Portugal.
Para falar sobre o assunto, ouvimos o analista político Manuel Constantino e o jurista Monteiro Kawewe: