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"Angola desempenha papel muito especial para encontrar soluções pacificas em África", diz Kerry


George Chikoti e John Kerry
George Chikoti e John Kerry

O combate à violência em África esteve no centro do encontro entre o secretário de estado americano, John Kerry, e o chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti

O encontro mantido nesta quarta-feira, 18, em Washington entre o ministro angolano das Relações Exteriores Georges Chikoti e o secretário de Estado americano John Kerry revelou um reforço cada vez maior das relações entre Angola e Estados Unidos.

Antes desse encontro a dois, na conferência sobre os 40 anos de Independência, a embaixadora americana Helen la Lime referiu-se várias vezes ao facto de Angola ser um parceiro estratégico de Angola.

No mesmo evento, Georges Chikoti referiu-se à vontade mútua de se aprofundar a cooperação, que depois foi reiterada por John Kerry, que chamou de "amigo" a Chikoti antes de uma reunião em privado entre os dois chefes da diplomacia angolana.

Na altura Kerry revelou ter discutido a situação no Burundi com o Presidente José Eduardo dos Santos numa recente conversa telefónica e frisou a importância que os Estados Unidos atribuem a Angola na resolução de conflitos na região.

A violência decorrente, principalmente do terrorismo, preocupa os dois governos.

No momento em que as atenções se voltam para Paris na sequência dos ataques terroristas da semana passada, as ameaças terroristas continuam a pairar sobre muitos países africanos.

Cidades nigerianas foram alvo nos últimos dias de ataques desencadeados pelo grupo militante Boko Haram.

Para além disso, residentes de muitas regiões são obrigados a fugir das suas casas aterrorizados por milícias armadas.

“Estou confiante em que focaremos significativamente o desafio no Burundi, a violência que está a eclodir na região e Angola desempenha um papel muito especial e tem uma estatura de liderança que tem sido muito importante para ajudar a encontrar soluções pacificas para alguns desses conflitos", reiterou Kerri antes do encontro com o governante angolano.

Desde Abril que a tensão vem subindo no Burundi onde, desafiando a constituição, o presidente Pierre Nkurunziza se candidatou a um terceiro mandato.

As milícias do partido no poder estão semear o terror entre os civis ligados à oposição e muitos estão a fugir para a Tanzânia e o Uganda.

Se conseguirem regressar poderão não encontrar as suas casas.

No Sudão do Sul, milícias étnicas rivais aterrorizam a população civil obrigando muitos a fugirem do país.

Entretanto as explorações petrolíferas que poderiam enriquecer o país foram abandonadas e o seu lixo tóxico ameaça o ambiente, como disse Klaus Stieglitz, vice-presidente da organização Sign of Hope:“Vimos grandes fugas de petróleo vindas de tubagens e de contentores. Vimos também produtos químicos vertendo para o solo”.

O chefe da diplomacia angolana afirmou que o terrorismo é uma ameaça tão grande em África como na Europa: “Particularmente aquilo que está a acontecer na Nigéria e mais recentemente na França . Acho portanto que todas essas questões continuarão a preocupar-nos.”

Explosões esta semana nas cidades nigerianas de Kano e Yola que mataram dezenas de pessoas ferindo muitas outras, indica que o Boko Haram ainda não sucumbiu aos esforços do governo para derrotar o grupo mais mortífero do continente.

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