Um relatório feito por três organizações não-governamentais denuncia os problemas criados pela disputa de terras no Cuenene que, recentemente, levou uma delegação de camponeses à Luanda para pedir ajuda ao governo.
Em resposta o governo criou uma comissão para analisar a devolução de 39 terrenos às comunidades de Curoca e Ombanja.
O relatório da ACC Construindo Cidadania, SOS Habitat e Open Society diz indica que 32 mil hectares de terras foram devastadas. Tal afecta 2.130 famílias com mais de dez mil crianças.
São perto de quarenta comunidades inteiras expulsas de suas terras para dar lugar a um projecto agro-industrial do governo no municipio de Coroca na província do Cunene.
As comunidades dizem que vão defender as suas terras até a morte. O governo não recua.
A situação pode resultar num novo Monte Sumi no pais, alertam organizações locais.
Francisco Fingo, um dos coordenadores da ACC, disse que ''as comunidades já estão cansadas, porque mesmo depois da delegação mandatada pelo Presidente da República ter estado no terreno, os tractores continuam a devastar terras”.
''Algumas famílias já estão a emigrar para a Namíbia, porque cá já não sabem o que fazer”, disse Fingo.