As comissões eleitorais em Angola deixaram um rasto de dívidas que estão a causar dissabores aqueles que lhe s prestaram serviços.
Em Malanje, por exemplo, não foram pagas dívidas relacionadas com a prestação de serviço alimentar durante o processo de preparação de formadores e brigadistas.
Maria Domingos é proprietária de um estabelecimento de restauração naquela e disse ter servido centenas de refeições ao abrigo de um contrato celebrado com a Comissão Eleitoral Provincial de Malanje.
Passados 90 dias sobre o pagamento da dívida continua à espera.
“No mês de Agosto prestamos serviço na frente da alimentação para as pessoas que trabalharam nas mesas de assembleia de voto nas eleições e até à presente data a CNE não honrou o compromisso, já que no contrato era de 90 dias e até hoje não pagou o valor da prestação de alimentação às empresas”, reclamou Domingos.
A agente económica que preferiu não citar o nome do estabelecimento garantiu que a sua dívida está avaliada em 4 milhões e 784 mil kwanzas.
“Estou a sofrer pressão por parte das senhoras, telefonam, mandam-me mensagens a dizer que vão saquear, retirar coisas dentro de casa por causa da divida, então, eu peço encarecidamente a quem de direito que vela por esta situação”, lamentou.
João Francisco Manuel é funcionário de uma das empresas que participaram na preparação das eleições e diz estar agastado com os incómodos da família por não poder levar dinheiro para casa.
“Estou irritado porque fiz um serviço da cozinha e até agora esse dinheiro não foi pago", revelou, dizendo que o contrato (com a empresa) era de 30 mil kwanzas.
Também operadores de aparelhes de faz que permitiram no município de Kmbundi-Katembo o envio dos expedientes relacionados com todo o processo eleitoral continuam à espera.
Alduari João José da Cruz faz parte de um grupo de operadores de fax daquela municipalidade de Malanje.
A VOA sabe que o problema é generalizado no interior da província.
Uma fonte próxima da Comissão Provincial Eleitoral descartou qualquer responsabilidade local, garantindo que o Conselho Nacional Eleitoral está atento aos problemas.