O presidente da Associação Industrial Angolana, José Severino, afirmou que o fim da crise financeira vai demorar “e vai continuar a doer”.
Severino disse que a actual crise terá que ser resolvida com a importação de stocks mais baixos para se evitar a ruptura, combinada com a oferta interna, principalmente da cesta básica.
“Há países que vivem com menos receitas cambiais que nós'', disse, mas avisou que este "é um processo que vai decorrer passo a passo e vai continuar a doer”.
Aquele responsável avisou contudo para a necessidade de se evitar a ruptura total nas importações, dando como exemplo a importação de peças automóveis.
“Se os importadores de peças de automóveis não importarem peças, a camionagem fica parada e não haverá circulação mercantil”, concluiu.
Por seu lado, o consultor económico internacional Fernado Heitor considera que a falta de divisas no mercado, sobretudo do dolar norte-americano, "é resultante da queda do preço do petroleo, tendo o país passado a arrecadar menos dolares, enquanto vende a mesma quantidade de petróleo.
Desta forma, o Banco Central passou a disponibiizar menos divisas aos bancos comerciais, enquanto os próprios bancos comerciais retêm grande quantidade de dolares que deviam ser entregues às familas e às empresas''.
''É a protecçao que eles têm, só assim conseguem obter lucros", explica Heitor, lembrando que esses dólares que ficam nos bancos comerciais vão, em parte, para as kinguilas venderem no mercado informal a uma taxa maior que a oficial, "enquanto a restante fica para operaçoes correntes com o mercado internacional".