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Angola "obrigada" a renegociar dívidas com a China


Primeiro-ministro Wen Jiaobao e Presidente angolano José Eduardo dos Santos
Primeiro-ministro Wen Jiaobao e Presidente angolano José Eduardo dos Santos

Empréstimos à China deixam Angola sem margem na venda de petróleo.

O Governo angolano hipotecou grande parte das vendas de petróleo ao pagamento da dívida que tem em relação à China, orçada em 25 mil milhões de dólares.

Este facto reduziu as margens das vendas de petróleo já que o pagamento é feito através de “negócios pré-financiados”, que têm como garantia o petróleo.

Sem margem de manobra e com uma crise financeira e ecnómica no país, o Executivo de Luanda terá de renegociar a dívida com o gigante asiático.

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Este é o entendimento do director da Revista Energia José Olivieira.

A agência Reuters revelou esta semana que com o aumento dos empréstimos à China, a parcela disponível para venda do petróleo angolano terá caído mais de 50 por cento.

Seis empresas que comercializam o petróleo citadas por aquela agência recordam que há cinco anos metade dos 50 a 60 carregamentos mensais despachados por Angola eram vendidos às petrolíferas e 4 a 5 destinavam-se à negócios pré-financiados.

Actualmente, esses carregamentos pagos caíram para metade e para agravar ainda mais a situação a outra parte considerável dos carregamentos está com as grandes petrolíferas como a Total, Chevron, BP e outras que operam no país.

O director da revista Energia José Oliveira considera "esta situação de normal, em virtude da queda do preço do petróleo no mercado internacional, que limitou a capacidade financeira de Angola", tal como tem acontecido em países como Iraque, Cazaquistão, Rússia e Venezuela.

"Tal como fazem os bancos com os bons pagadores, e Angola, até onde eu sei tem sido um bom pagador, é renegociar a dívida, e é o que o Governo terá de fazer de modo poder ter folgas para enfrentar os compromissos", explica Oliveira.

A baixa do petróleo no mercado internacional vai demorar algum tempo ainda, mas "enquando observadores optimistas falam na fim da crise no próximo ano", o director da Revista Energia diz que "a luz no fim do túnel deverá surgir apenas em 2018".

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