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Angola: Campanha eleitoral ordeira mas com discursos inflamatórios e sem debate


Bandeiras dos partidos são vistas nesta colagem de fotos de comícios do MPLA e da UNITA, meio a campanha eleitoral para as eleições de 24 de Agosto 2022
Bandeiras dos partidos são vistas nesta colagem de fotos de comícios do MPLA e da UNITA, meio a campanha eleitoral para as eleições de 24 de Agosto 2022

Analistas políticos e activistas dão nota positiva ao facto de a campanha eleitoral em Angola, que termina nesta segunda-feira, 22, ter sido ordeira e sem incidentes assinaláveis, mas consideram que a falta de debates e os discursos descritos como inflamatórios do candidato do MPLA empobreceram a disputa entre os candidatos.

Outra nota negativa apontada por João Lukombo, Florindo Chivucute e André Augusto tem a ver com o alegado favorecimento do partido governamental e do seu candidato, nos órgãos de comunicação social públicos, em relação aos demais concorrentes.

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Para o académico João Lokombo Nzatuzola, o facto de, durante a campanha eleitoral, não ter havido confrontos entre partidários não faz deste este pleito o melhor.

“Foi lamentável a troca de farpas. Devia haver debates entre os candidatos e a troca de palavras não ajudou a apaziguar os espíritos”, defende Nzatusola.

O responsável da organização não governamental Friends of Angola (FoA), Florindo Chivucute, também entende que a falta de debates entre os candidatos e o desequilíbrio na cobertura dos actos políticos por parte da imprensa pública prejudicaram a campanha eleitoral.

“Foi uma grande violação o uso dos órgãos de informação públicos em benefício do partido no poder, os programas de Governo não foram amplamente divulgados porque não houve debates”, aponta Chivucute, para quem discurso inflamatório do Presidente João Lourenço em Benguela teve muita força e, como Chefe de Estado, isso não é bom".

Quem é da mesma opinião é o activista social André Augusto para quem “os angolanos ficaram perplexos com o último discurso do candidato, João Lourenço, em Benguela, onde acusou os membros da sociedade civil de serem burros, lumpens e arruaceiros”.

“Ele fez passar de que não está a ver os adversários como tal mas como inimigos”, aponta aquele activista.

Na quarta-feira, cerca de 14 milhões de eleitores angolanos escolhem os seus deputados e, consequentemente, o Presidente da República e Governo que vão dirigir o país.

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