Links de Acesso

Angola: Braço-de-ferro entre competências de órgãos de imprensa


Jornalistas no comício do MPLA no Camama, Luanda, Angola
Jornalistas no comício do MPLA no Camama, Luanda, Angola

Jornalistas falam numa luta por uma independência funcional e por um poder que, “por conveniência política”, o Governo nunca quis atribuir aos órgãos.

Os recentes desentendimentos entre a presidente da Comissão da Carteira e Ética (CEE) e da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) estão a ser interpretados por jornalistas angolanos como sendo o resultado da luta por uma independência funcional e por um poder que, “por conveniência política” o Governo nunca quis atribuir, de facto, a estes dois órgãos.

A jornalista Luísa Rogério queixou-se recentemente de, alegadamente, as verbas do Estado atribuídas à CCE serem canalizadas por intermédio da ERCA quando os dois órgãos são, por lei, independentes um do outro.

A queixa da jornalista não colheu, entretanto, a simpatia do Conselho Directivo da ERCA que exigiu que Luísa Rogério se retratasse publicamente por, alegadamente, ter agido “ de má-fé escondendo propósitos inconfessos”.

O jornalista, Alexandre Neto Solombe diz que a colocação da CCE sob a dependência da ERCA “passa uma mensagem da humilhação”, fruto de uma legislação “que não é cumprida à risca” e considera legítima a reclamação da presidente da CCE.

Para o também jornalista Ilídio Manuel, a tendência do poder político continua a ser a de ter sob o seu controlo a CCE e em particular a ERCA pelo seu papel na fiscalização do desempenho da mídia pública.


“Procuraram tirar o tapete à CCE no sentido de torná-la subserviente da ERCA para terem o controle sobre os jornalistas sobre o que produzem”, afirma Manuel.

Por sua vez, o jornalista Herculano Coroado defende que os dois órgãos devem recorrer a instituições apropriadas para reclamarem os seus direitos e desaconselha o recurso à comunicação social.

O também jornalista Alexandre Neto Solombe diz que a colocação da CCE sob a dependência da ERCA “passa uma mensagem da humilhação” fruto de uma legislação “que não é cumprida à risca” e considera legítima a reclamação da presidente da CCE.

Fórum

XS
SM
MD
LG