Na província angolana de Benguela persiste ainda um clima de tensão em algumas escolas depois de rumores de que grupos de adolescentes estariam a atacar alunos e professores, provocando pânico entre alunos, pais e professores.
Tudo não terá passado de uma "brincadeira de mau gosto", conforme refere a Polícia, mas o suficiente para instalar muito pânico em pelo menos 20 das mais conhecidas escolas de Benguela.
Vários pais acorriam a escolas para levar os seus filhos, num claro sinal de que as informações de violência estavam a ganhar consistência.
Alunos e professores corriam de um lado para o outro, enquanto agentes da Polícia procuravam perceber o que se passava.
Boato ou não, a verdade é que alguns professores aproveitaram a oportunidade para dizer que a brigada escolar da Polícia há muito deixou de ser vista, até mesmo no período nocturno.
Sem entrevista gravada, temendo eventual represália, acrescentaram que a Polícia deve estar presente em escolas com alunos que ajudam a espalhar o sentimento de insegurança.
A escassos metros da Escola do Magistério, a VOA encontrou o chefe da Secção Municipal de Educação, José Januário, que garantiu que foi "um alarme falso, não há nada de verdade”.
“É brincadeira de mau gosto, para a qual concorre a participação de alunos que não querem ser avaliados’’, acrescentou aquele responsável.
O porta-voz do Comando da Polícia, Pinto Caimbambo, desmentiu também todos os rumores.
‘‘Não podemos transformar escolas em unidades de Polícia”, disse afirmando ainda que a brigada escolar existe apenas para “pequenos focos entre alunos”.
“Se for grave, existem outros órgãos de Polícia, afins, para poderem agir’’, argumenta o oficial superior.