Autoridades tradicionais denunciam em Angola a existência de indivíduos que em nome de práticas tradicionais aliciam crianças para depois abusá-las sexualmente.
Daniel de Sousa, soba que responde pela associação das autoridades tradicionais na província angolana da Huíla, aponta com preocupação a média de dois a três casos mensais que chegam ao conhecimento das autoridades tradicionais.
A autoridade revela que a complexidade dos casos exige que a sua solução não fique apenas pelo direito costumeiro, mas encontre resposta junto das autoridades de direito.
“ Esse casos quando chegam perante as autoridades tradicionais nós analisamos a nossa parte tradicional e encaminhamos à polícia, a procuradoria-geral da república pode resolver esses casos”, disse.
O jurista Quito Fernandes reconhece a ocorrência de práticas de abuso sexual contra menores com base em crenças religiosas e tradicionais com maior incidência para zonas do norte de Angola.
Os laços familiares que envolvem em muitas ocasiões a vítima e o agressor faz com que muitos destes casos acabem no silêncio, alerta o jurista.
“ São práticas que em algum momento decorrem dentro da própria família e dali são difíceis de serem denunciadas por conta mesmo da relação existente entre a vítima e o agressor”, afirmou
Juliano Tyamukwavo conhecedor dos hábitos e costumes dos povos da região sul de Angola também sugere práticas obscuras que levam homens a enganar meninas com várias promessas, mas revela que isso acontece em qualquer lugar onde estão presentes pessoas.
Hoje nas vestes de pastor evangélico, Juliano Tyamukwavo, defende mais presença do Estado e das famílias na prevenção destes crimes independentemente de onde eles ocorram.
“ Temos o papel do Estado que dita leis e temos o papel da igreja que evangeliza”, disse.
“A educação no seio familiar aquela educação de berço se aconselha e numa sociedade onde o abuso sexual acontece é uma sociedade doente”, acrescentou
A Voz da América tentou sem sucesso contactaR a procuradoria-geral da república para perceber da existência de processos de género a tramitarem junto da instituição.
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