O grupo das sete maiores economias do mundo poderá impor, nas próximas três semanas, uma proibição de importação de diamantes russos, como penalização pela invasão da Ucrânia por Moscovo.
A medida, se for aprovada, entrará em vigor a 1 de janeiro de 2024.
O G7 constitui 70 por cento do mercado de consumo de diamantes do mundo e uma decisão do tipo pode afetar e muito o comércio daquelas pedras preciosas.
Em Angola, apesar da ligação que o país tem com a gigante russa Alrosa, pergunta-se dse uma eventual medida pode ter influências no país.
Uma fonte da estatal de diamantes ENDIAMA, sem gravar entrevista, disse à Voz da América não acreditar que possa haver qualquer impacto em Angola.
Outra fonte ligada ao Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, que também falou sem gravar entrevista, afirmou que Angola não compra nem vende diamantes à Rússia e que os diamantes produzidos no país são certificados por uma firma designada PK, da qual a empresa Russa Alrosa é sócia, mas reiterou que a venda é feita no mercado internacional sem qualquer participação de Moscovo.
Rufino Shinde, especialista no negócio de diamantes, é de opinião que, pelo nível elevado de produção que a Rússia tem de diamantes, não há como esta medida não afetar a indústria diamantífera angolana.
"Há momentos em que os diamantes provenientes de outros países perdem valor no mercado internacional devido exatamente à produção de diamantes da Rússia que é muito grande, tanto em quantidade como em qualidade, é por isso que quando os diamantes de Angola vão, para o mercado mundial, devido à produção enorme de diamantes da
Rússia os nossos diamantes perdem muito valor", explica.
José Papa, outro entendido em diamantes, diz que uma coisa não tem nada a ver com outra e que uma eventual decisão deste tipo em nada afeta a indústria de diamantes de Angola.
"Os russo têm Kimberlito que pode ir até aos 56 anos na sua exploração, é sobre esses jazigos que ficarão afetados que nada têm a ver com o negócio de diamantes de Angola, e os russos estão em Angola apenas
como operadores, nada têm a ver com a nossa riqueza diamantífera", assegura Papa.
Por seu lado, o investigador do Instituto de Desenvolvimento e Democracia Aleixo Sobrinho entende que tal decisão, a acontecer, não vai afetar Angola por ser uma indústria que só beneficia um pequeno grupo de indivíduos.
"O negócio de diamantes em Angola é dos mais frustrantes que os cidadãos podem pensar que existe, grande parte do território das Lundas está sob controlo dos generais e dirigentes do partido no poder, para os cidadãos é indiferente, se este negócio não tem beneficiado a população, da mesma forma que não pode afetar, o negócio dos diamantes porque serve a um grupo restrito de indivíduos que ostenta riqueza", conclui Sobrinho.
A empresa russa Alrosa controla oficialmente mais de 32 por cento da mina de Catoca, considerada a quarta maior mina de diamantes do mundo, juntamente com a estatal angolana ENDIAMA.
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