A Polícia Nacional de Angola (PN) alertou que vai responsabilizar criminalmente todos aqueles que provocarem desordem pública, a propósito da iniciativa "Dia 31 fica em casa" que pede aos angolanos para ficarem em casa em protesto contra a política do Governo e por melhores condições de vida.
Como a Voz da América informou na terça-feira, 28, a ideia desse protesto pacífico foi lançada pelo activista angolano "Gangsta" e recebeu apoios de personalidades como o músico Paulo Flores, dos activistas Laurinda Gouveia e Dito Dali, a filha de Jonas Savimbi Ginga Savimbi, entre outras.
No comunicado emitido nesta quinta-feira, 30,a PN afirma que "tem vindo a acompanhar com elevada atenção a difusão e partilha nas redes sociais de matérias com conteúdos que visam instaurar um clima de desordem, insegurança e convulsões sociais" e alerta que "todos aqueles que persistirem nestas práticas de rebelião e vandalismo serão responsabilizados criminalmente, porque a situação de segurança pública do país é estável e as forças da ordem estão prontas para darem resposta à qualquer acto que visa perturbar a tranquilidade pública".
A PN aponta para eventuais práticas como "intimidação de cidadãos trabalhadores, coibindo-se de exercerem os seus direitos elementares, particularmente os que dizem respeito ao cumprimento dos seus deveres e das suas responsabilidades laborais, actos que constituem crimes nos termos da lei".
A corporação faz mesmo um apelo à população para não aderir à iniciativa.
Na terça-feira, 28, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA manifestou a sua solidariedade com a iniciativa, com um apelo ao Governo para "prestar maior atenção às causas da insatisfação e da contestação".
A UNITA disse considerar "legítimas e constitucionalmente atendíveis as motivações dessa manifestação" e diz que seus militantes, "enquanto cidadãos, são livres de aderir à referida manifestação".
Entretanto, na contramão, há também apelos para "Dia 31 vou bumbar (trabalhar)" ou "Diga sim ao trabalho" feitos em grupos de grupos do Whatsapp, e noutras redes sociais.
Também hoje, a Associação dos Taxistas de Luanda (ATL), a Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) e a Associação dos Taxistas de Angola (ATA) emitiram uma nota a dizer que não vão aderir à iniciativa e informaram que os táxis estarão nas ruas como habitualmente.
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