O ano de 2015 ficou para trás, mas os seus problemas transitaram para 2016.
A subida dos preços dos combustíveis, a crise financeira, a seca no sul de Angola, os alegados desrespeitos pelos direitos humanos são alguns dos problemas por se resolver neste novo ano que começa.
Para o jornalista e escritor Fernando Guelengue a queda do preço do petróleo no merado internacionbal agravou a situação sócioeconomica de Angola na medida em que terá influenciado a redução da subvenção aos combustíveis por parte do Executivo angolano, o que obrigou ao reajustamento dos preços por três vezes em menos de dois anos.
“Isto influenciou a carência da situação económica da população, porque os combustíveis são as principais fontes de rendimento do Estado angolano, sendo que existe uma precariedade no quesito da diversificação da economia e ainda estamos presos no petróleo”, disse.
Em 2015, a crise finaneira e “do petróleo” deram lugar à chamada crise do dólar em Angola. A par da depreciação do kwanza, a moeda estrangeira mais usada no país,-o dólar norte americano- tornou-se escassa, dando lugar a inflação e a subida dos preços dos bens essenciais.
Por cada nota de USD 100 paga-se 13.400 kwanzas, valor oficial, mas nas ruas da capital angolana este valor é duplicado chegando a ser trocada por 26.500 kwanzas.
Para Fernando Guelengue a crise do dólar e do “petróleo” terá influenciado igualmente na fuga de quadros naconais e estrangeiros, para além do encerramento de empresas diversas e o consequente aumento do desemprego no país.
Na visão do autor do livro “A pobreza: O epicentro da exploração da criança em Angola”, esta é uma situação que apenas afecta muito mais a camada mais baixa da população angolana, sendo que, há quem apesar da escassez de divivas, faça gastos supérfulos.
O também jornalista refere que enquanto uns precisam de dólares para pagar consultas médicas no estrangeiro ou formação académica outros esbanjam dinheiro em festas de luxo.
“Inclusivamente dólares sem destino são enccontrados na TAAG, não se sabe se iam para onde, os inquéritos estão todos engavetados”, disse.
Estes reflexos da crise do dólar até agora não foram eslarecidos e se está a criar uma situação bastante problemática na vida dos cidadãos, reforcçou.
A situação económica do país em 2015 não deixou de fora aqueles não têm uma profissão reconhecida pelo Estado.
Nelson José Agostinho é lavador de viaturas e fala dos efeitos da rise financeira na sua actividade, pelo que apela para que em 2016 as autoridades olhem para a situação daqueles, como ele, cujo sustento da família provém duma actividade não reconhecida como profissional.
“Nós pedimos que o Governo olhe para nós lavadores de carros. Estado está abrir várias empresas (...). Já trabalhamos nas empresas com empreiteiros, não sabiamos nada, mas aprendemos. Mas, desde que entrou o chinês nós perdemos aquele valor de um ajudante”, desabafou.
A crise finaneira afectou de forma substancial no aproveitamento escolar, tendo se registado algumas desistências no ensino universitário devido a escassez de emprego e outros factores inerentes a actual conjuntura económica.
Outro problema antigo que transitou para o novo ano tem que ver com a seca e a fome no sul de Angola, cujas consequências são mais gravosas nas províncias do Cunene e da Huíla.
O Director Geral da Cáritas de Angola, Eusébio Amarante considera esta situação vergonhosa para um país cujos indicadores de desenvolvimento causam inveja ao mundo.
“E também poderia ter dito uma zona com alguma prosperidade mineira, mas isto tudo na verdade não está a favor ou não é em benfício dos habitantes daquela terra”, frisou.
O responsável do serviço social da igreja católica em Angola defende a necessidade de se utilizar diferentes estratégias para acudir a população localizada a sul do território angolano flagelada pela seca e a fome.
Para Eusébio Amarante é importante recorrer às instituições com capacidade para fazer previsões e realizar estudos sobre a renda familiar, bem como ajudar a população a adpatar-se ao cíclo agrícola local.
“As consequências do que se prevé existem e esta a do Cunene é simplesmente uma consequência porque todo mundo sabe que há seca, que haveria seca já há mais de 15 anos. Esta seca data dos anos 885-86, já é ciclica, quer dizer que existem informações, é parte da cultura de sobrevivência deste povo e agora estamos em condições de fazer alguma coisa em ccontrário, a menos que todos nós queiramos que este povo seja relegado ao sofrimento como este que está a passar agora”, reiterou.
Os angolanos foram surpreendidos durante a passagem de ano com a terceira subida do preço dos combustíveis em menos de um ano.
A Sonangol informou quinta-feira, em Luanda, que procedeu ao ajuste dos preços de venda ao público dos produtos derivados do petróleo. Para o regime de preços livres, a Gasolina passa a custar 160 kwanzas, o litro, o Gasóleo, 135 kwanzas (o litro), Jet A 1, 150 kwanzas(o litro); Jet B,110 kwanzas( o litro); Fuel aditivado, 65 kwanzas(o litro); Fuel Normal, 60 Kwanzas( o litro), Asfalto, 80 kwanzas e Cut Back, 65 Kwanzas.
Para o regime de preços pré-fixos, o LPG custa 100 Kwanzas (o litro) e o petróleo iluminante, 70 kwanzas, o litro.
O referido reajuste passou a ser oficialmente aplicado a partir da meia do dia 1 de Janeiro de 2016.
Para Tecas Fernandes, funcionária pública, a crise financeira dificultou a realização de alguns sonhos seus em 2015, por isso, prevê o agravamento da situação em 2016 já que os preços dos combustíveis voltaram a sofrer um reajuste.
A funcionária do Estado mostrou-se preocupada com uma possível subida dos preços dos bens essenciais no mercado, para além do preço pela corrida do táxi, o que poderá tornar a situação mais difícil, obrigando a contenção de gastos.
Para o economista Josué Chilundulo, esta é a altura do país apostar seriamente na diversificação da economia tirando proveito das suas vantagens em termos de recursos naturais.
Para os próximos tempos, o também docente universitário, sugere a aposta num ambiente de negócios que garanta a diversificação da economia, com vista a melhorar o quadro situacional da qualidade de vida dos angolanos, marcado por um elevado índice de pobreza.
Chilundulo alerta que a diversificação da economia não se consubstancia nos discursos.
“Ela não é uma mera variável de vaidade, tem que ser uma variável efectiva e só será efectiva quando por via da mobilização dos investimentos conquistar macro-empresas para vir à Angola e por via destas micro e pequenas empresas poderão surgir.” Asssim, disse o eonomista, “teremos um país feliz e que vai garantir estabilidade social”.
Para 2016 o autor Fernando Guelengue espera que as instituições de justiça sejam mais acutilantes nas respostas a darem às necessidades do país.
Para o nosso interlocutor, “é importante que as instituições estejam mais fortalecidas”, já que Angola está perante uma situação de sede de direito e cita ocmo exemplos os casos como: Kalupeteca, Jindungo e os 15+2,-acusados pelo crime de tentiva de rebelião e atentado contra o Presidente da República.
O facto dos velhos problemas do passado transitarem para 2016, descarta a possibiliddade de este ano ser melhor como propaga o Execcutivo angolano nos disccursos oficiais.
Fernando Guelengue questiona as garantias de um ano melhor quando muitas empresas já fecharam as portas e o nível de desemprego aumentou, por isso, defende que seja preciso “despartidizar a economia e agestão do país dando aos cidadãos-e não apenas à políticos- que depois politizam o país e as instituições. Não temos instituições a responderem em nome de Angola, mas em nome dos partidos”, afirmou o escritor para quem também é preciso que se evitem os gastos desnessários no ano que começou na sexta-feira.
O autor denuncia que falta da parte do Estado dar oportunidade as empresas do sector privado com algum crédito e não apenas à aquelas que estejam ligadas aos interesses do partido político no poder,o MPLA.