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Angola ainda muito longe de electricidade para todos


Angola electricidade
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De momento menos de 50% dos angolanos têm acesso a electricidade. Essa fasquia poderá ser atingida em 2025

O governo de Angola pretende fazer chegar energia eléctrica a cerca de 50 por cento da população até 2025, num amplo programa inserido no denominado Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2023/2027, período que coincide com o fim do mandato do Presidente João Lourenço.

Angola ainda muito longe de eletricidade para todos – 3:06
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O referido programa prevê num dos seus eixos “modernizar e tornar mais eficientes as infraestruturas do país e preservar o ambiente, bem como a reabilitação e construção de empreendimentos de produção de energia eléctrica e armazenamento de água".

A taxa de electrificação tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, tendo saído de 36 em 2017 para 43 por cento no I trimestre de 2023.

Especialistas ouvidos pela Voz da América, reconhecem ambição no programa, apesar dos problemas de fundo a atacar.

Com as barragens hidroelétricas, centrais térmicas e fotovoltaicas a funcionar, Angola produzia até 2023, 6.300 megawatts de energia elétrica.

Para o especialista no sector, João Ferreira, o transporte e a distribuição do produto que exige avultados investimentos devia ser o principal desafio, perante graves problemas de acesso dos serviços por parte da população.

“Há muito que se trabalhar principalmente no âmbito do transporte e transporte deste mesmo bem para as localidades agrícolas e não só. Ainda há locais sem eletricidade porque a que temos é ínfima para atender a demanda populacional”, afirmou.

João Ferreira olha com preocupação para o défice de energia elétrica no interior de Angola com realce para os municípios que se alimentam de geradores.

Para as centrais fotovoltaicas que promovem as energias limpas, a ausência de baterias acumuladoras para garantir para garantir um serviço pleno é um problema.

“Quanto a essa produção é só feita durante o dia e a noite são os geradores por isso há ainda muito por se fazer porque não existe um banco de baterias para armazenamento da mesma eletricidade para o período noturno”, disse.

Um engenheiro electrotécnico que preferiu opinar sob anonimato para a Voz da América, disse que Angola com os recursos hídricos que possui “ podia produzir energia eléctrica para acudir às suas necessidades sem precisar para já as energias limpas”.

Para a mesma fonte os investimentos no transporte e distribuição de energia deviam ser ao mesmo nível da produção, o que na sua opinião “não acontece”.

Para o presidente da Cooperativa dos Criadores de Gado do Sul de Angola, Salvador Rodrigues, a produção de energia eléctrica tem impacto no desafio da autossuficiência da carne, problema com que se debate o país.

“A energia é importante para o desenvolvimento agroindustrial de toda a cadeia da indústria, inclusive a pecuária, porque reduz consequentemente os custos de produção faz parte da cadeia produtiva do valor da carne”, sublinhou

O governo de Angola diz ter investido 350 milhões de dólares na reabilitação de barragens só nos últimos cinco anos com a entrada em funcionamento dos aproveitamentos hidroelétricos da Matala, na Huíla, Luachimo na Lunda-Norte e Cunje no Bié.

O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, disse recentemente na Huíla que está prevista a integração no sistema eléctrico nacional 14 das 18 províncias.

“A extensão da rede elétrica nacional para o sul é também uma das prioridades do executivo pelo que teremos integradas no sistema elétrico nacional 14 províncias do país”, disse

O aproveitamento hidroelétrico de Laúca é o maior de Angola.

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