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Angola: A difícil mas necessária coabitação entre homens e animais


Elefante em Angola
Elefante em Angola

Crescimento demográfico leva o homem a invadir as zonas das diferentes espécies de animais, levando-o a ficar permanentemente sujeito à fúria da selva.

O confronto entre humanos e animais em Angola está a suscitar algum debate mas é consenso entre especialistas e autoridades que é preciso buscar o equilíbrio em nome da sobrevivência.

Os mais recentes ataques a comunidades são atribuídos a elefantes no município de Quipungo, na província da Huíla, com o saldo de quatro mortos e três feridos.

Nas províncias da Huíla e Cuando Cubango são também regulares os ataques de jacarés nos rios locais.

Quanto à população de elefantes em Angola é estimada em mais de 12 mil, concentrados na sua maioria na província do Cuando Cubango e nas rotas com as vizinhas províncias da Huíla e Cunene.

O engenheiro ambiental Evanilton Pires alerta que o crescimento demográfico está a levar o homem a invadir as zonas das diferentes espécies de animais, levando-o a ficar permanentemente sujeito à fúria da selva.

“A população está a crescer quer desbravar matos para fazer agricultura mas essas zonas já são utilizadas por muitas espécies animais, mamíferos, répteis, insectos, etc que já lá estão. Das duas, uma: ou elas fogem, vão procurar outros sítios mais seguros ou revidam. Estamos a entrar no quintal deles, claro, que se eles tiverem possibilidade vão se levantar para isso nós também fazemos a mesma coisa”, aponta Pires.

Por seu lado, o académico Milcíades Chicomo, que trabalha num projeto de investigação da fauna do Parque Nacional do Bicuar, na província da Huíla, defende que a prevenção de conflitos entre humanos e animais passa pela segurança das áreas protegidas.

“Garantirmos que os animais circulem pelo menos nas áreas protegidas que não criássemos barreiras entre os animais e por exemplo a procura de água. Criação de campos agrícolas entre os bebedouros dos animais como os rios, se nós criarmos barreiras com construções ou campos agrícolas fica mais difícil a não existência de conflito entre humanos a fauna em especial os elefantes por exemplo”, sustena Chicomo.

Por seu lado, o Governo diz estar atento ao potencial de conflitos entre homens e animais em algumas zonas do país com incidência na região sul e está a trabalhar com as comunidades para diminuir a tensão.

O diretor nacional da Biodiversidade do ministério do Ambiente, Miguel Xavier, apontou que "os nossos colegas que são os fiscais ambientais têm feito este levantamento para entender o que podemos fazer com as comunidades para entender esse problema”.

De acordo ainda com aquele responsável, entre os mais de 12 mil elefantes contabilizados da fauna angolana estão as raras espécies de floresta e savana.

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