O governo do MPLA nunca disse que tudo está feito e reconhece que há ainda que lutar pelo muito que há a reconstruir em Angola, disse o primeiro secretário municipal do partido no poder Mbanza Kongo Bid Jovelino. A declaração foi feita no programa Angola Fala Só, da VOA, em que participaram também Fernandes Gomes João, da Casa-Ce, e Nunês Nkunku Ankosi, da Unita.
O programa realizado em Mbanza Kongo foi marcado por um aceso debate sobre a situação actual da província do Zaire e a participação da oposição no processo de decisões.
O secretário provincial da Casa-CE Fernandes Gomes João disse que a oposição “tem pouco acesso às informações e processos” para poder dar as suas contribuições.
“Temos vontade de dar as nossas contribuições, mas infelizmente não somos ouvidos”, afirmou João, acrescentando não haver na província “um fórum próprio para podermos dar as nossas contribuições”.
O representante da Casa-CE defendeu um sistema no qual oposição possa dar o seu contributo em sessões não publicas com o governador.
Isto porque, segundo disse, "o governador merece respeito” e existem questões qiue não podem ser tratadas em publico.
Por sua vez, primeiro secretario do MPLA disse que ao país “está democratizar-se” e recordou que o Parlamento é um fórum onde a oposição é ouvida, mas responsabilizou a oposição por alguma falta de diálogo.
“Muitas vezes não temos a cultura de vivermos na diversidade”, afirmou Bid Jovelino, acrescentando que o Governo “tem tido a preocupação de convidar os partidos políticos”.
Um ouvinte insurgiu-se contra declarações de que se haviam registado progressos na província afirmando que o Zaire “é um província de tristeza”.
“É uma província de pobreza e nepotismo onde não há empregos”, disse.
O representante do MPLA recordou a herança do colonialismo e da guerra fazendo notar em como noa província hoje há todos os tipo de educação.
“Tudo exige tempo e nós nunca dissemos que tudo está feito”, reiterou Jovelino.
O representante da Casa-CE afirmou que “o Governo está a fazer algo, mas tem que fazer muito mais” e exortou o Executivo a pedir a contribuição da oposição e a “evitar a exclusão na tomada de decisões”.
Um ouvinte criticou fortemente as declarações do representante da Casa-CE ao dizer que que a juventude do Zaire “não acredita muito nos partidos da oposição” que, segundo ele, “não têm planos e são desorganizados”.
Ao intervir no programa, o representante da Unita Nunês Nkunku Ankosi disse que o problema não jaz na falta de auscultação da oposição, mas sim em que “as sugestões da oposição não são tidas em conta”.
Ankosi fez notar que, como capital da província do Congo, Mbanza Kono deve reflectir toda a província.
“Depois de tantos anos de paz, a questão da electricidade e da água potável já foram resolvidas?”, interrogou.
Ankosi concordou que tem havido a construção de infra-estruturas como postos médicos mas interrogou: “Estes postos médicos têm medicamentos?”
Por outro lado, concluiu: “construíram os edifícios, pintaram as casas mas o problema é colocar lá os especialistas e medicamentos para atender a população”.