O MPLA vai a congresso extraordinário este ano, depois de ter feito o mesmo a pouco menos de 10 meses.
Sem uma agenda ainda, analistas questionam se o evento será uma ruptura ou apenas para preparar as autárquicas.
O cientista político Agostinho Sikato pensa que em tão curto espaço de tempo dois congressos extraordinário mostra que há ruptura no seio do partido maioritário.
"Não há necessidade de se realizar um congresso extraordinário em menos de oito meses, nota-se aqui alguma incongruência por parte do MPLA", afirma aquele politólogo, para quem “se o MPLA for às eleicoes autárquicas da forma como está, dividido, pode eventualmente perder o poder, e sabe que tem de organizar melhor as suas estruturas do topo à base".
O académico João Lukombo Nza Tuzola não descarta a possibilidade de haver purgas dentro do MPLA, daí a necessidade de os “camaradas” se sentarem à mesa em mais um congresso.
"Não estou a dizer necessariamente que cabeças vão rolar, mas algumas coisas dentro do MPLA estão confusas, na teoria há possibilidade de haver no MPLA várias candidaturas, mas na prática ainda há receios e fantasmas de se enfrentar o presidente do partido”, explica Nza Tuzola.
A decisão de marcar um congresso extraordinário, ainda sem data marcada, foi decidida pelo Bureau Político do partido no poder em Angola, na sexta-feira, 25.