O memorando de entendimento assinado entre o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o coordenador da Comissão Política da Renamo, Ossufo Momade, para a desmilitarização e reintegração do braço armado do antigo movimento rebelde, vem resolver uma situação conflituosa e abre caminho para que as próximas eleições se realizem num ambiente de paz, dizem analistas.
O analista Manuel Alves diz ter sido dado um passo importante rumo à pacificação de Moçambique, mas sublinha ser fundamental que se clarifique bem a questão da desmilitarização, sobretudo tendo em conta situações recorrentes de conflitos pós-eleitorais em África, incluindo Moçambique.
"Estávamos preocupados porque não sabíamos se as eleições municipais se iriam realizar num ambiente de paz ou não, mas o memorando anunciado pelo Chefe de Estado, tranquiliza-nos", disse o jurista Armando Nenane.
Para o sociólogo e analista político Moisés Mabunda, "Nyusi e Momade deram-nos uma boa notícia, mas o mais importante é que sejam dados passos concretos rumo à desmilitarização da Renamo".
Por seu turno, o analista e jurista Filimão Swázi, entende que a desmilitarização, além de permitir a realização de eleições sem medo, é também muito importante para a legitimidade da própria Renamo.