O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, reuniu-se ao princípio desta noite, em Maputo, com uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI), que se encontra em Moçambique para avaliar as consequências macro-económicas das chamadas dívidas escondidas, mas não está claro se será desta vez que vai ser reatada a assistência financeira ao país.
Ao nível do Governo moçambicano, a vinda desta missão era aguardada com enorme expectativa porque se trata de tentar resolver a crise do endividamento, resultante sobretudo de dívidas ocultadas nas contas públicas.
Uma fonte do FMI disse que o objectivo é avaliar o desempenho do Instrumento de Apoio à Política Económica e Facilidade de Crédito Stand-by.
O Fundo suspendeu o seu apoio financeiro a Moçambique depois da revelação de dívidas que tinham sido ocultadas nas contas públicas.
O sociólogo Francisco Matsinhe diz não acreditar que o FMI retome agora a cooperação com Moçambique, acrescentando que isso só poderá ocorrer daqui a dois ou três meses, "porque ainda há muito trabalho que deve ser feito".
O analista Fernando Gonçalves também não acredita num levantamento da suspensão do apoio de doadores a Moçambique sem uma auditoria forense "porque há dívidas que foram contraídas fora daquilo que são as normas."
Refira-se que com a suspensão do apoio a Moçambique, esta semana, a moeda moçambicana, o metical, caiu 10 por cento para um valor recorde de 66 meticais contra um dólar, uma queda que poderá reflectir-se na subida da inflação.