O grupo de contacto criado pelo Presidente moçambicano e integrado pelos embaixadores da Suíça, Estados Unidos da América, Reino Unido, Botswana, Irlanda, Noruega, China e da União Europeia foi publicamente apresentada na quarta-feira,1.
Entretanto, analistas dizem não perceber o que estará por detrás da decisão de Filipe Nyusi de pedir o envolvimento de embaixadores estrangeiros no diálogo político, depois de há cerca de um mês ter dispensado a mediação internacional.
O Presidente disse, na ocasião, que o grupo de contacto vai juntar-se às equipas do Governo e da Renamo na discussão dos assuntos militares e de descentralização, sem, no entanto, indicar o seu papel.
Os observadores dizem tentam entender esta decisão, sobretudo porque, no mês passado, Nyusi dispensou a mediação internacional, afirmando que "o povo moçambicano está agradecido e aprecia os esforços dos mediadores que concorreram para a aproximação de posições entre o Governo e a Renamo".
O analista Tomás Uamusse disse não perceber esta decisão porque "quando o Presidente da República dispensou os mediadores internacionais, pensei que a confiança entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama tivesse atingido um nível tão alto que já não precisavam de mediação".
Entretanto, para Jerónimo Malagueta, deputado da Assembleia da República e quadro sénior da Renamo, a formação do grupo de contacto, "é uma questão pacífica e resulta de entendimentos entre Dhlakama e Nyusi".
"Um aspecto relacionado com o grupo de contato é que os seus membros vivem em Moçambique e isso fará com que não seja necessário um custo ou fundos adicionais para mantê-los no país", destacou aquele parlamentar.
Quando o estadista moçambicano anunciou a dispensa da mediação internacional afirmou que os grupos de trabalho, que integram representantes do Governo e da Renamo, e acordados entre Nyusi e Dhakama, iam debater assuntos militares e de descentralização na presença de especialistas.