Economistas e analistas angolanos mostram-se cépticos quanto aos efeitos da parceria entre o Governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI), depois de o representante da organização em Luanda, Marcos Rietti Souto, ter anunciado a libertação de mais uma tranche do apoio financeiro de 247 milhões de dólares ao país.
Na altura, Souto lembrou que as reformas económicas em curso
são da responsabilidade do Governo e nao do Fundo Monetário, que apenas dó apoio técnico.
O cientista político Agostinho Sikatu entende que com ou sem apoio do FMI, as coisas vão dar no mesmo.
"Esses dinheiros todos que vamos recebendo do FMI não vão dar em nada, daqui a pouco os preços dos combustíveis vão aumentar, fruto das propostas do FMI, o taxi vai aumentar de preço, o saco de arroz vai subir para 20 mil kwanzas, ou seja a vida dos pobres, que são a maioria, vai continuar a degradar-se dia após dia, enquanto a vida dos senhores poderosos não se altera”, diz Sikatu.
Por seu lado, o economista Precioso Domingos é de opinião que a missão do FMI deve centrar-se na estabilizaçao macro-económica do país, como “controlar a inflação”, período que não deve ir para além de um ano.
"Estamos a caminho do segundo ano, mas até agora a estabilização
macro-económica e a estabilizaão nãpo acontece”, com relextos para os investores, segundo Domingos.