O Governo angolano persiste na indicação para a diplomacia de figuras ligadas ao partido no poder, na sua maioria não quadros de carreira diplomática e, supostamente, “nomeados por compensação pelos serviço prestados ao partido”.
Analistas políticos ouvidos pela VOA entendem que essa política de gestão da diplomacia está na origem da sua baixa qualidade, do fraco apoio às comunidades angolanas, da corrupção e do amiguismo , em meio ao deficiente sistema de inspecção do ministério de tutela e do Tribunal de Contas.
As constatações foram feitas a propósito da recente rotação de embaixadores de 16 países e a colocação de oito noutros postos, feita pelo Presidente, João Lourenço.
“As embaixadas são uma espécie de vale dos caídos dos políticos que caem em desgraça, em idade de reforma ou com a saúde débil”, considera o analista político Ilídio Manuel.
Francisco Tunga Alberto, também analista político e investigador, questiona a opção do membros do partido no poder para a diplomacia do país em detrimento de quadros nacionais especializados formados ao longos dos anos.
“Nunca a diplomacia angolana vai funcionar como noutros países enquanto os embaixadores continuarem ao serviço do partido que governo ao invés do Estado”, sustenta Alberto.
Na semana passada, ao dar posse a novos embaixadores, o Presidente João Lourenço prometeu reduzir o tempo de permanência em cada país, “para evitar más práticas” e pediu trabalho na promoção da imagem de Angola e a captação de investidores estrangeiros e turistas.
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