Nomeado há duas semanas, o novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Artur Silva, não conseguiu ainda formar um Governo, depois dos cinco partidos com assento parlamentar e o chamado grupo dos 15, terem recusado o convite.
Agora, analistas defendem a sua demissão.
Para o sociólogo e professor universitário, Diamantino Lopes, o pedido de demissão, vindo do Chefe do Governo, Artur Silva, seria uma “retirada inteligente”.
“Ele já fez a sua parte. Foi um soldado e respeitou a solicitação vinda do seu superior, enquanto um dos actores que o país precisa. Mas, não conseguiu. Agora, resta-lhe uma retirada inteligente”, defende Lopes.
Em consequência, há quem defende que um eventual pedido de demissão de Artur Silva, colocaria, o Presidente da República numa posição algo complicada.
Mas, para Diamantino Lopes, esta seria a saída mais desejada pelo Chefe de Estado.
“Se reparem bem, o grupo do 15 e o PRS reclamaram o cumprimento do Acordo de Conacri, mas nos momentos anteriores parecia que tinham uma posição contrária. Então, o cumprimento do Acordo de Conacri pressupõe, agora, o respeito pelos dois nomes que restam: Augusto Olivais ou Mamadu Fadia. Mas, Augusto Olivais está melhor posicionado neste momento. E então o Presidente da República deve basear-se nesta lógica. Nomear Augusto Olivais”, reiterou Lopes.
Perante o actual bloqueio político, quem também defende o regresso ao Acordo de Conacri, é o jurista, Luís Peti.
“O Presidente da República terá que ter a coragem de voltar ao acordo de Conacri, nomeando o primeiro-ministro do consenso, neste caso, Augusto Olivais e procurar o consenso por parte do PRS e os 15. Entretanto, já agora não defendo a dissolução do Parlamento porque baseando-se na nossa Constituição e no regimento do Parlamento, o Presidente não tem condições legais para o fazer e convocar eleições dentro do prazo de 90 dias”, conclui Peti.
Aguarda-se a qualquer momento por um pronunciamento do Presidente da República ou do primeiro-ministro.